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Mercado de geração distribuída de energia ressalta necessidade de rever a regulamentação e aponta crescimento do setor como alternativa para redução de custos na economia e promoção da sustentabilidade.

Geração distribuída de energia: vantagens para economia e sustentabilidade

Por: Maria Babini | Em:
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A conta de energia pode ter um custo menor para empresas e residências. Tudo por conta da chamada Geração Distribuída (GD), que é quando a energia elétrica é gerada no próprio local de consumo ou próximo a ele. De acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), essa distribuição pode ocorrer por diversas fontes renováveis, como a hidrelétrica, a eólica, a fotovoltaica e a termelétrica. Joaquim Rolim, coordenador de Energia da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec), diretor técnico e conselheiro deliberativo da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD), conta que a GD é uma nova modalidade para consumidores de energia elétrica em geral.


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“Temos cerca de 80 milhões de consumidores de energia elétrica no Brasil e a grande maioria é consumidor residencial, industrial e comercial de pequeno porte. Então, esses consumidores têm uma potência instalada de até cinco megawatts, e agora podem optar por instalar sua própria usina, gerando sua própria energia”

Joaquim Rolim, diretor técnico e conselheiro deliberativo da ABGD

Segundo ele, em 2004, já existia uma lei que previa a autorização para uso de Geração Distribuída, mas a modalidade só começou realmente a ser praticada a partir de 2012, sendo mais efetivamente utilizada a partir de 2015. “São três aspectos principais que fizeram a GD deslanchar no Brasil. Uma revisão nas regras, em 2015, pela Aneel; uma renovação brusca da tarifa em 2015; e também a redução, em termo de preços, dos painéis solares. Além desses três fatores, no Brasil, existe uma irradiação solar muito acessível. Costumamos dizer que o sol aqui é muito democrático. E mais de 90% da Geração Distribuída vem da energia solar”, pontua.

Impactos

Haunter Pessoa, diretor de Geração Distribuída do Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE), aponta que uma das vantagens da GD para os consumidores é a redução dos custos de energia. “O cliente consegue sair, se for de uma conta comercial, por exemplo, de R$ 5 mil para uma conta de R$ 500. Tem cliente que tem conta em torno de R$ 1 mil e vai para uma conta de R$ 100. Quer dizer, é possível ter uma economia de até 91% do que você paga”, ressalta.

Outro fator importante é que, por utilizar a energia solar, o sistema pode acabar gerando mais energia durante o período diurno e parte dela volta para a concessionária de distribuição. “Essa energia volta com o intuito do cliente recebê-la de volta no período da noite ou outro horário em que ele precisa. Basicamente, a concessionária vai servir como uma bateria, não é preciso se preocupar se está mandando ou recebendo energia. Porque, na verdade, a usina gera o que o cliente precisa e a diferença vai para a concessionária de volta, no nosso caso, a Enel. Quando vem a conta, mostra quanto foi mandado e recebido de energia. Ou seja, quando é feito o balanço energético, zera o consumo. A partir desse momento, é cobrado apenas um custo de disponibilidade”, esclarece. 

Outros benefícios destacados por Joaquim Rolim são os impactos positivos ao meio ambiente, por conta da substituição de combustíveis fósseis por energias renováveis para a produção de energia e a geração de renda para o Estado. “Gera muito emprego para uma empresa de pequeno porte, em sua maioria. Hoje já existem cerca de 15 mil empresas nesse segmento no Brasil e mais de 80 mil empregos a nível nacional. No Ceará, estimamos cerca de 500 empresas e 3 mil empregos já propiciados. Então, numa época dessas de crise, isso é muito relevante. Realmente gera emprego de qualidade, o que contribui para o desenvolvimento econômico do Ceará”, enfatiza.

Regulação

Sobre a questão do uso de GD pelas indústrias, Haunter Pessoa explica que é preciso recorrer a exemplos de outros países para entender como estão as normas e quais alterações e estudos têm sido feitos por eles.

“A Abradee, que representa os distribuidores de energia elétrica, considera que devemos pagar pelo uso da infraestrutura da rede da concessionária, o que não questionamos. O ponto que estamos discutindo, no entanto, é a valoração do nosso segmento nesse meio, no setor, pois a Geração Distribuída traz vários benefícios para o Sistema Integrado Nacional, além de reduzir os impactos ambientais. Precisamos mensurar não só o ônus, como também o bônus e a partir daí atualizar a norma que rege nosso setor. Dessa forma, como não temos essa valoração fechada, temos que fazer essa conta”

Haunter Pessoa, diretor de Geração Distribuída do Sindienergia-CE

Na última quinta-feira (4), a 8ª edição do evento online “Energia em Pauta” trouxe à discussão o tema “Benchmarking Internacional da Regulação em Geração Distribuída”. Realizado pelo Sindienergia em parceria com a Fiec e o apoio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), o encontro aberto ao público abordou questões relacionadas à posição das indústrias sobre a possível taxação da geração distribuída. 

Dentro desse contexto, outro aspecto que Joaquim Rolim acredita é que o pagamento pelo uso da rede deve ser feito, mas não agora, quando a Geração Distribuída no Brasil está apenas iniciando. “Propomos um estudo aprofundado no País, com a participação das universidades, das entidades de classes, para se chegar a um valor justo a ser cobrado, em um momento adequado, tudo isso sendo feito de forma conjunta. A Aneel tem se mostrado acessível às propostas e acreditamos que vamos chegar nesse tempo. A própria Aneel já se propõe a fazer estudo em até 24 meses, então, realmente estamos caminhando para ter um equilíbrio e uma relação ideal nesse processo”, ele destaca.

“Nós estamos em um momento de processo de revisão das regras da Geração Distribuída no Brasil. Então, estamos buscando mostrar o que tem no mundo todo, como tem sido feita essa regulação, para que não corramos o risco de prejudicar um setor que no Brasil está apenas nascendo”

Joaquim Rolim, diretor técnico e conselheiro deliberativo da ABGD

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