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Indústria do Pescado no Ceará: inovar para seguir na frente

Por: Felipe Matias* | Em:
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No Brasil, a aquicultura produziu 579 mil toneladas de pescado, das quais 519 mil toneladas foram de peixes de água doce e 46 mil toneladas foram de camarão marinho e 14 mil toneladas foram de moluscos, o que correspondeu a quase R$ 5 bilhões (IBGE, 2019). Já no Ceará, mesmo após sucessivos anos de seca, tivemos uma produção de 11 mil toneladas de peixes de água doce (tilápia) e 13 mil toneladas de camarão marinho (IBGE, 2019).

Além da aquicultura, o estado do Ceará tem uma longa tradição na pesca e exportação de lagostas e de peixes vermelhos (pargo). Mais recentemente, nosso estado se tornou o maior produtor de atuns do Brasil, atraindo investimentos estrangeiros nesta indústria de processamento. Porém, mais do que considerarmos o nosso enorme potencial de produção na pesca e aquicultura, é preciso visualizar e compreender os novos cenários de um mundo em movimento.

A retomada da economia no mundo pós-pandemia irá gerar investimentos maciços, não somente em áreas específicas, como a saúde e a educação; mas também em setores que proporcionem a geração de trabalho, renda e alimentos. Por outro lado, a revolução informacional e as novas tecnologias disponíveis ou em desenvolvimento poderão e deverão contribuir para atender a estas novas demandas.

Inovações Tecnológicas

A Revolução Informacional vem sendo considerada por muitos autores como a maior revolução no planeta, pós-revolução industrial; indicando até uma nova era para a Humanidade. Esta revolução está baseada em três pilares: a Inteligência Artificial (O aprendizado da máquina), a Internet das Coisas (IOT – objetos da vida cotidiana conectados à internet agindo de modo inteligente) e o BigData (o processamento da enorme quantidade de dados e informações disponíveis).

Mas quais os impactos dessa Revolução?

Não estão claros, mas certamente envolverão novos modelos de negócios inovadores… Inovações Tecnológicas

De acordo com a OCDE (2005), as inovações tecnológicas podem ser divididas em quatro tipos: de produto, de processo, de marketing e organizacionais. E para que servem as inovações tecnológicas? Para gerar vantagens competitivas. Desta forma, esses novos negócios, advindos das inovações tecnológicas, proporcionarão enormes vantagens competitivas para todos os setores econômicos, dentre os quais a indústria do pescado.

Desta forma, é necessário estar atento aos novos negócios oriundos a partir do pescado: a) inovações de processo, tais como os cultivos superintensivos de camarão marinho e tilápias, nos quais as produtividades chegam a ser 100 (cem) vezes maior do que os atuais sistemas, além de proporcionar a interiorização dos cultivos e o pouco uso e/ou reuso de água; b) inovações de produtos, tais como a pele de tilápia utilizada para o tratamento de queimados; são exemplos desses novos negócios atualmente já desenvolvidos no Ceará.

Porém há muito mais por vir…O inicio da piscicultura marinha (off shore) e/ou em sistemas de recirculação de água (RAS); a fabricação de drones para a aquicultura, de sensores para monitoramento da qualidade da água e dos solos; a fabricação de simuladores (realidade virtual e aumentada) e ROVs (Robôs Operados Remotamente); a utilização de subprodutos de micro e macro algas, que tem seu preço na casa de centenas de dólares por grama (uso medicinal, cosmético, nutrição animal e humana, etc.); o desenvolvimento de softwares e aplicativos, engenharia genética, biotecnologias; enfim, tudo isso faz parte de um novo mundo, no qual em pouco tempo, vamos lembrar que as empresas só geravam empregos e ganhavam dinheiro produzindo pescado para a alimentação humana; mas que com estas inovações, as oportunidades se multiplicam!

Desta forma, o Ceará, Terra do Dragão do Mar, que carrega a vela da jangada em sua bandeira, poderá vir a ser o celeiro das inovações tecnológicas voltadas para os novos negócios na produção de pescado.

* Especialista em Aquicultura. Pós Doutor em Gestão dos Oceanos e da Terra, Cientista Chefe da Funcap e ex-Secretário Nacional de Aquicultura do extinto Ministério da Pesca e Aquicultura

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