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PIB histórico mostra potencial de crescimento da economia do Ceará

Por: Nicolino Trompieri* | Em:
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Durante o período de 2002 a 2010, a economia cearense experimentou períodos de crescimento acima do registrado para o Brasil, como pode ser observado no gráfico abaixo, com destaque para os anos 2006, 2008, 2013 e 2014.  No acumulado do PIB de 2002 a 2017 (de acordo com a série histórica do IBGE, o PIB de 2017 é o último dado definitivo disponível), o Ceará registrou um valor de 52,9%, superior ao registrado para o Brasil (42,5%) no mesmo período de análise.

Grande parte do crescimento acumulado verificado neste período deve-se ao investimento público em obras estruturantes, como a ampliação e manutenção de rodovias, Centro de Eventos do Ceará, Cinturão Digital, integração das bacias hidrográficas do Ceará, construção e ampliações do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (CIIP), aeroportos regionais, metrôs e VLT. Tais obras foram fundamentais na atração de importantes investimentos privados para o Ceará, como a Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), parques de energias eólica e termelétrica, bem como a construção de resorts em decorrência, também, do crescimento do turismo no Ceará.

Taxa de crescimento (%) do Produto Interno Bruto (PIB) Ceará x Brasil, 2002-2017 / Growth rate (%) of the Gross Domestic Product (GDP) Ceará x Brazil, 2002-2017

Fonte: IBGE e IPECE

O maior crescimento acumulado do PIB do Ceará, em comparação ao acumulado do PIB do Brasil, no período 2002 a 2017, permitiu um ganho de participação da economia cearense em relação à economia nacional. Verifica-se no gráfico abaixo, que no ano de 2002, a economia cearense representava 1,93% da economia brasileira, em 2017 atingiu a sua maior participação da série histórica, com 2,25%.

Em termos de valores correntes, em 2002, o PIB do Ceará era de um montante de R$ 28,72 bilhões, passando para, em 2017, um montante de R$ 147,89 bilhões. Para o mesmo período de análise, o PIB do Brasil passou de um montante de R$ 1.488,79 bilhões, em 2002, para um montante de R$ 6.583,32 bilhões, em 2017.

Participação do PIB do Ceará no PIB do Brasil (%), 2002-2017 /
Participation of Ceará’s GDP in Brazil’s GDP (%), 2002-2017

Fonte: IBGE e IPECE

O ganho histórico da participação do PIB do Ceará em relação ao Brasil em 2017, permitiu também um ganho para o PIB cearense em termos per capita, como pode-se perceber no gráfico abaixo. No ano de 2002, o PIB per capita do Ceará representava 44,01% do PIB per capita do Brasil, passando a atingir, em 2017, a sua maior marca histórica, de 51,72%. Em termos de valores correntes, em 2002 o PIB per capita cearense era de um montante de R$ 3.752, passando para, em 2017, um montante de R$ 16.395. Para o mesmo período de análise, o PIB per capita do Brasil passou de um montante de R$ 8.525, em 2002, para um montante de R$ 31.702, em 2017.

Relação entre o PIB per capita Ceará x Brasil, 2002-2017 / Relationship between GDP per capita Ceará x Brazil, 2002-2017

Fonte: IBGE e IPECE.

Na análise setorial da economia cearense, por meio das participações de seus três principais setores, para os anos de 2002, 2010 e 2017, verifica-se de acordo com o gráfico abaixo que o setor de serviços apresenta a maior participação na economia cearense, onde no ano de 2002, este setor representava 69,8% do total do valor adicionado (VA) do Ceará, passando a representar 77,2% em 2017.

Em seguida vem o setor da indústria, com 22,6%, em 2014, para 17,1% em 2017. A queda de 4,8 pontos percentuais (p.p.) na participação do setor da indústria, registrada na comparação do ano de 2010 (21,9%) com o ano de 2017 (17,1%), deve-se à crise macroeconômica verificada dos anos de 2015 e 2016, que afetou fortemente este setor. Já o setor agropecuário apresentava uma participação de 7,5%, em 2002, passando para 5,8%, em 2017.

Historicamente, a participação deste setor é muito dependente do comportamento da precipitação de chuvas, porém esta dependência vem diminuindo recentemente a partir das obras de ampliação de integração das bacias hidrográficas cearenses, favorecendo o aumento de culturas irrigadas, como alguns tipos de frutas, bem como o aumento da pecuária, com destaque para a produção de leite. 

Dentre as atividades que compõem os setores da indústria e serviços, pode-se observar, em 2017, que as atividades com maiores participações na economia cearense são, o setor público (23,7%), seguidos das atividades do comércio (15,9%), atividades imobiliárias (10,4%) e indústrias de transformação (8,5%). Como já dito anteriormente, o setor industrial cearense sofreu os maiores impactos negativos decorrentes da crise macroeconômica, no qual a economia do Ceará sofreu retrações nos anos 2015 e 2016, repercutindo nas maiores perdas de participações, na comparação do ano de 2017, em relação a 2010, onde a atividade indústrias de transformação sofreu a maior perda (2,8 p.p.) seguido da construção civil, com uma perda de 2,4 p.p..

Veja gráfico com Participação (%) das Atividades no Valor Adicionado Bruto do Ceará – 2002, 2010 e 2017

Pode-se concluir, que analisando o PIB do Ceará, de 2002 a 2017, verifica-se um ganho de participação do PIB cearense, em relação ao PIB do Brasil, atingindo, em 2017, a maior participação da série, com 2,25%. Muito deste ganho deve-se aos investimentos públicos em grandes obras estruturantes, atraindo o investimento privado, e favorecendo principalmente as atividades da indústria e dos serviços, no qual, estas últimas, são muito ligadas ao setor do turismo, que segundo dados do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), representa 5,0% da economia do Ceará. A indústria perdeu participação em decorrência do período de crise macroeconômica nos anos 2015 e 2016, mas deve apresentar um grau de recuperação nos próximos anos, com o crescimento da construção civil e com a atração de mais indústrias, principalmente para o CIPP. 

* Especialista em Produto Interno Bruto do Ceará, Doutor em Economia (CAEN/UFC), Analista de Políticas Públicas do IPECE e Professor do Curso de Economia da UNIFOR

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