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As healthtechs têm atraído cada vez mais profissionais que buscam resolver problemas baseados em um modelo de negócio escalável e replicável. (Foto: Envato Elements)

Healthtechs: inovação para resolver problemas da saúde

Por: Sara Café | Em:
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A Saúde Digital compreende o uso de recursos de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) para produzir e disponibilizar informações confiáveis sobre o estado de saúde para os cidadãos, profissionais de saúde e gestores públicos.


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Em 2019, a Organização Mundial de Saúde (OMS) iniciou a elaboração da sua Estratégia Global de Saúde Digital (Global Strategy on Digital Health) com o objetivo de utilizar os recentes avanços na tecnologia para resolver problemas complexos da saúde e melhorar a qualidade de vida e bem-estar das pessoas.

O conceito de inovação é muito mais que uma área de atuação ou um setor específico, mas um movimento que muda radicalmente os modos de perceber e de fazer a saúde acontecer na vida das pessoas, explica Alice Pequeno, diretora de Inovação, Ciência e Tecnologia da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE).

“O objetivo da inovação na saúde é tornar ainda mais evidente o papel do Estado na melhoria da qualidade de vida e felicidade de todos, por meio da valorização das suas experiências como dimensão essencial da busca pela solução de problemas, das metodologias ágeis, com uso do Design Thinking, e sem abrir mão da transparência radical e da colaboração.”

Alice Pequeno, diretora de Inovação, Ciência e Tecnologia da ESP/CE

A plataforma colaborativa Ceará 2050 traz em seu escopo o Programa Economia e Inovação em Saúde composto por ações ordenadas para potencializar o ecossistema de saúde do Ceará, organizadas de modo a pautar um modelo de desenvolvimento sustentável, compartilhado, ditado pelas vocações do Estado.

Healthtechs e o ecossistema de inovação em saúde no Ceará

As healthtechs têm atraído cada vez mais médicos e pessoas da área de TIC que buscam resolver problemas baseados em um modelo de negócio escalável e replicável com um diferencial inovador, mesmo em um cenário de incertezas.

Entendendo que o uso das tecnologias no auxílio aos pacientes garante um atendimento mais ágil, eficiente e humanizado, a Prolins IT Solution, empresa cearense de tecnologia, desenvolveu softwares direcionados ao setor, dentre eles o Medtree, sistema de gestão para consultórios e clínicas, e o Chame Fácil, ferramenta que ajuda estabelecimentos em todo Brasil a gerenciar filas e agendamentos de maneira virtual.

“Nós entendemos que o setor da saúde precisa funcionar de forma eficiente para que a população seja melhor atendida, além de facilitar a experiência de cada paciente, nossos softwares ajudam as instituições médicas em sua organização e funcionamento. A tecnologia veio para facilitar processos e tornar mais prática a vida em sociedade”.

Cristiano Lins, CEO e founder da Prolins

Levantamento da Liga Ventures em parceria com a PwC Brasil mostra que o número de healthtechs, as startups do setor da saúde, cresceu 16,11% entre 2019 e 2022 no Brasil. O relatório aponta que, impulsionadas por grandes investimentos, as healthtechs mapeadas pela ferramenta movimentaram R$ 1,79 bilhão, distribuídos em 36 operações de fusões e aquisições.

A alta aprovação do mercado das startups de saúde segue avançando rapidamente no país. Segundo o relatório HealthTech Report 2022, realizado pela Distrito, há mais de mil empresas desenvolvendo soluções voltadas à área da saúde no Brasil. Nos últimos cinco anos, os investimentos neste setor somam mais de 992 milhões de dólares.

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Durante o II Encontro HealthTech promovido pelo ICC Biolabs, hub de inovação do Instituto do Câncer do Ceará (ICC), a gestora de Inovação Gabriella Bruno explicou como o complexo hospitalar se posiciona como um grupo de soluções em saúde e os programas de apoio às startups incubadas.

“As nossas frentes de atuação trabalham com a cultura da inovação dentro do cenário real do hospital; temos algumas ações de inovação aberta, trazendo soluções do mercado para resolver problemas internos e dois programas de desenvolvimento de negócios: o programa de incubação de startups e o programa de aceleração de startups.”

Gabriella Bruno, gestora de Inovação do ICC

O ICC Biolabs oferece mentorias, jornadas de capacitação, participação em eventos, networking e novas conexões. “Dentro desse ecossistema de inovação de soluções em saúde, a gente aproxima as startups da vivência hospitalar, da educação em saúde, das residências médica e multiprofissional e também de investidores. Trabalhamos com todos esses agentes do desenvolvimento do negócio”, avalia Gabriella.

Democratização de acesso à saúde

A saúde está entre as três principais áreas de investimento e inovação quando se fala de Inteligência Artificial. Não é por acaso que vêm se multiplicando os investimentos de empresas e startups no setor.

Leandro Modolo, sociólogo e pesquisador em Saúde Coletiva na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em seu artigo “Um breve ensaio sobre a medicina em devir” analisa sobre as empresas de base tecnológica que são apresentadas como uma promessa de eficiência de gestão e ampliação do acesso aos serviços de saúde.

“Considero as healthtechs como startups, um modelo de negócio decorrente de uma nova ideia que promete se viabilizar como produto ou serviço e que, para isso, precisa convencer e ser potencialmente escalável. Lembrando que essa questão da escala está vinculada às possibilidades oferecidas pelas tecnologias de informação e comunicação de pensar a inovação de forma democrática, ou seja, que qualquer um, em tese, pode inovar.”

Leandro Modolo, sociólogo e pesquisador em Saúde Coletiva na Unicamp

No entanto, é preciso ponderar tudo isso. De acordo com o pesquisador, “não devemos esquecer que seus desenvolvedores buscam soluções que sejam lucrativas. As startups requerem aporte financeiro de capital de risco para se tornarem empresas valiosas.”

Outra questão é pensar que seria possível resolver os grandes problemas sanitários e de saúde com uma solução tecnológica tal como um aplicativo para o bem-estar do trabalhador ou um aplicativo para as mulheres controlarem sua fertilidade em um país que vive a pobreza menstrual. “O ‘solucionismo tecnológico’ que hoje também é presente no campo da saúde é a atualização de velhos fetichismos”, explica.

Democratização é trazer a população (os profissionais de saúde e os usuários) para participarem do processo de constituição dessas tecnologias, da concepção à implementação. Do contrário, transforma-se o usuário-paciente apenas em objeto de pesquisa, consumidor e fonte de dados, que é a matéria-prima do capitalismo digital”, finaliza o sociólogo.

Transformação digital no SUS

A pandemia do Coronavírus evidenciou de forma cristalina a relevância da informação oportuna e precisa como instrumento de operação de tomada de decisão para as necessidades de curto, médio e longo prazo em saúde.

O cenário dinâmico e de grande risco à população exigiu respostas contundentes de todo o sistema de saúde, impulsionando a utilização das tecnologias digitais para resolver problemas complexos e melhorar a vida dos cidadãos que utilizam o Sistema Único de Saúde (SUS).

A Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP/CE), autarquia vinculada à Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), tem o objetivo de promover a formação e educação permanente, pesquisa e extensão na área da saúde, também se destacou por diversas iniciativas inovadoras como o desenvolvimento do capacete Elmo, do aplicativo iSUS, do Mapa da Saúde e a utilização de metodologias como o Design no Serviço Público focado nas pessoas e nas suas dores.

Para a diretora de Inovação, Ciência e Tecnologia da ESP/CE, Alice Pequeno, a transformação digital é um marco para o avanço da saúde pública no Ceará.

“Essa transformação está alinhada à Plataforma de Modernização da Saúde da Sesa. É muito importante que no momento que a nossa Escola também é um instituto de ciência e tecnologia, que sejam potencializadas as ações de ensino, de extensão, de pesquisa, de inovação em ciência e tecnologia para a geração de novos produtos em saúde pública que venham ajudar no enfrentamento dos problemas do nosso estado e do nosso país”, destaca.

As pesquisas em saúde e a disseminação do conhecimento científico têm sido grandes aliadas na partilha de informações à população cearense. A diretora de Pós-Graduação em Saúde da ESP/CE, Olívia Bessa, argumenta sobre a relevância do redesenho dos cursos e a consideração acerca das conexões a serem criadas entre as práticas educacionais, a realidade social e as necessidades assistenciais da população.

A gestora ressalta a necessidade de se “formar profissionais preparados para acolher as necessidades das pessoas, considerando a sua integralidade e singularidade, e prestar cuidados contínuos e resolutivos e com competências em diversos campos do saber”, reflete.

Diante da experiência de inovação desenvolvida pela Escola, foi inaugurada oficialmente em novembro de 2022, a Rede de Inovação Aberta em Saúde do Ceará (RIAS), que teve seu termo de cooperação técnica firmado entre a ESP/CE e o Instituto Desenvolvimento, Estratégia e Conhecimento (Idesco).

A rede consiste no desenvolvimento de projetos integrados de pesquisa e inovação na área da saúde em um modelo de informação aberta. “O componente da colaboração entre as instituições é um dos pilares desse contexto e é nesse sentido que essa rede vai se constituir. Com o apoio do Idesco será desenvolvido o modelo de governança da rede, fazendo capacitações, construindo a metodologia para gestão de um portfólio”, explicou a diretora de inovação e tecnologias da ESP/CE, Alice Pequeno.

As instituições participantes até o momento são a Universidade Federal do Ceará (UFC); Fundação Regional de Saúde (Funsaúde Ceará); o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); o Serviço Social da Indústria (Sesi); o Instituto da Primeira Infância (Iprede); a Universidade Federal do Cariri (UFCA); e a Faculdade Rodolfo Teófilo.

A gestora da ESP/CE ressalta a trajetória que a Universidade estabeleceu ao longo dos anos no desenvolvimento de tecnologias e dispositivos ligados à inovação na saúde cearense. “Vamos contar com a participação de pesquisadores e pesquisadoras de alto nível. Esses profissionais vão trazer ideias para o desenvolvimento de tecnologias e dispositivos para dar respostas aos problemas de saúde enfrentados pela população”, finaliza Pequeno.

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