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crescimento sustentável da construção

A indústria da construção civil tem evoluído e agregado ferramentas que podem aumentar a eficiência e otimizar os processos. (Foto: Envato Elements)

Inovar é a saída para crescimento sustentável da construção (e do planeta)

Por: Gladis Berlato | Em:
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Acompanhamento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) mostra que os atuais métodos e sistemas usados pela construção civil fazem dela o setor que mais consome recursos naturais no mundo: 40% da energia, 20% da água e 30% das emissões de gases de efeito estufa. São estatísticas nada favoráveis para quem tem forte representação na economia mundial e no Brasil, onde o setor responde por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) e pela geração de mais de 10 milhões de empregos.


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Os desafios são numerosos e passam por métodos construtivos mais ágeis que resultem em processos com menores desperdícios e em total sintonia com a natureza. O setor vivencia a realidade de recursos escassos financeiros e de mão-de-obra para uma urgente e enorme necessidade de infraestrutura e moradia, o que requer encurtar caminhos com a digitalização e com a conexão das pessoas para garantir velocidade e maior produtividade.

Boas perspectivas para a construção civil

Embora estudo global da Autodesk em parceria com a consultoria IDC sobre Transformação Digital na Construção aponte o Brasil como o mais atrasado no uso de tecnologias de ponta (Big Data, Inteligência Artificial e modelagem 3D), também reconhece avanços na direção de padrões internacionais. O Brasil lidera em se tratando de investimentos em softwares baseados em Building Information Modeling. A ferramenta de gestão BIM já integra a rotina de 53% das empreiteiras e construtoras que atuam no Brasil, um respeitável percentual considerando que a utilização é de 48% na Coreia, 47% na Índia e China, 43% em Singapura, 42% no Japão e 41% na França.

O BIM chegou quase 40 anos após o primeiro ensaio de modernidade no setor, o Autocad, da Autodesk. Todo o processo – projeto, planejamento, construção e operação – é colaborativo (não mais individualizado) e virtual (não mais físico) podendo ser compartilhado por toda a equipe a partir do ambiente de nuvem no escritório ou no canteiro de obra, sem fronteiras.

Como conselheiro do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Ceará (CAU-CE), o arquiteto e urbanista Renato Oliveira, graduando em Engenharia Civil, é otimista com o futuro da indústria nacional da construção.

“O Brasil deu um gigantesco salto tecnológico, especialmente nos últimos 10 anos, empregando modernos sistemas tanto nos canteiros de obra, como no planejamento e em materiais”.

Renato Oliveira, conselheiro do CAU-CE

Para ele, há um desenvolvimento do setor de maneira harmoniosa e coletiva e não mais pontual. “Estamos presentes em menor ou maior grau do 3D ao 7D”, garante ele, acreditando que há avanços na modelagem (3D), no planejamento (4D), na orçamentação (5D), em sustentabilidade (6D) e na gestão e manutenção (7D). Mas se tiver que destacar algum segmento, o de materiais seria um dos eleitos, da mesma forma que equipamentos que têm apresentado grandes inovações que agilizam o processo construtivo e contribuem para um produto final viável e sustentável. Renato Oliveira também destaca como muito positivo o uso de softwares e plataformas aliadas dos profissionais na redução de erros e, consequentemente, repercutindo no custo e na qualidade final.

Evolução das soluções

Para o professor da Universidade Federal do Ceará (UFC), José de Paula Barros Neto, o mais importante é discutir as várias soluções dentre as tantas disponíveis, especialmente desenvolvidas pelas startups até mesmo em cima de plataformas já existentes, como o BIM. Ou seja, o cardápio é vasto. Basta escolher a melhor oferta para cada problema.

Prova desta realidade pode ser constatada no Mapa das Construtechs e Proptechs, elaborado pela Terracotta Ventures, focada em investir em negócios digitais na indústria da construção e do mercado imobiliário. O Mapa mostra que nos últimos seis anos, o número de startups ativas no setor cresceu 282%. Somente em 2022, 955 startups atuaram em todo o ecossistema, o que representou um aumento de 3,82% sobre a edição anterior.

“Este é um bom caminho para quem quer buscar eficiência para crescer ou para ingressar na atividade da construção ou imobiliária”.

José de Paula Barros Neto, professor da Universidade Federal do Ceará (UFC)

Em 2021, com 67 rodadas de investimentos, foram movimentados R$ 5,83 bilhões por startups que ganharam a confiança de empreendedores e investidores.

Ferramentas disponíveis na construção

A indústria da construção civil tem agregado ferramentas que podem aumentar a eficiência e otimizar os processos. Uma delas é a Agilean, desenvolvida pela Aval Tecnologia da Informação, de Fortaleza, e que foi vencedora, na última edição de 2020, na categoria Startup, do Prêmio de Inovação e Sustentabilidade, da Câmara Brasileira da Indústria da Construção. O CEO da Aval, André Quinderé Carneiro, diz que a solução foi desenvolvida com base nas dores reais das incorporadoras e construtoras.

A tecnologia Agilean, maior plataforma de gestão de obras no Brasil com mais de 20 mil usuários cadastrados, permite maior aderência entre o planejamento e a execução. Ela substitui cenários de controle de obras antes estáticos, analógicos e feito no papel, por controles dinâmicos, inclusive com planos de ação para correções no caso de qualquer atraso ou desvio. “Temos tido resultados de até 60 vezes o retorno sobre o investimento na plataforma, representando ganhos de 10 a 15% de redução nos custos de produção e aumento de 10% na velocidade das obras”, afirma ele.

Quinderé cita a modelagem BIM como muito adequada para a fase de projeto. Trata-se de uma forma de construir de maneira virtual, que gera um modelo 3D com propriedades incorporadas, onde se pode visualizar com antecedência muitos aspectos construtivos e problemas a serem corrigidos, gerando redução de desperdícios. Segundo Quinderé, há casos que resultaram em até 5% de economia com esta modelagem. “No papel é mais barato corrigir do que já no concreto, no dia a dia da obra”, ilustra. O uso desta tecnologia já soma mais de 3,0 milhões de metros quadrados construídos de modo digital.

A seu ver, tecnologias como o BIM e o Agilean podem garantir a sustentabilidade econômico-financeira do setor que enfrenta aumento de custos que não podem ser repassados ao preço para o consumidor final e que, se não absorvidos de maneira adequada, comprometem as margens de lucro das empresas.

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