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Consumo de bebidas alcóolicas registra alta nas vendas por delivery, mas ainda não são suficientes para compensar perdas no faturamento de bares e restaurantes.

Consumo de bebidas alcoólicas migra para residências e varejo tem alta

Por: Wania Caldas | Em:
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A venda de bebidas alcoólicas segue em alta no Brasil, mantendo a tendência registrada desde o início da pandemia. O crescimento é puxado pelo chamado setor off trade, que inclui supermercados, lojas e o varejo em geral, já que o consumo migrou de bares e restaurantes (setor on trade) para as residências quando as medidas de distanciamento social começaram a ser adotadas no Brasil. 


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A distribuidora cearense D’Origem, que fornece bebidas para grandes redes de supermercados e lojas especializadas, prevê alta nas vendas em 2021, apesar das incertezas na economia. De acordo com a diretora de Inovação da empresa, Jardênia Siqueira, a previsão é de crescimento de até 25% nas vendas.

“Enquanto vemos insegurança no setor on trade, temos muitos clientes abrindo novos pontos de venda, como supermercados e o pequeno e médio varejo. Como não temos mais eventos e as pessoas deixaram de viajar, o consumo agora é em casa”

Jardênia Siqueira, diretora de Inovação da D’Origem

Destaque nacional no ano passado, quando o consumo aumentou 30% no país, o vinho também foi o que mais cresceu na distribuidora. Segundo a diretora, as vendas subiram cerca de 30%, chegando a 41% no caso dos rótulos chilenos. “Temos a venda de vinhos nacionais e estrangeiros, vinhos de sobremesa, espumantes. As pessoas estão em casa e passaram a cozinhar mais. Com isso, percebemos um investimento em bebidas de maior valor agregado e um maior interesse pela cultura do vinho”.

Indústria de bebidas alcoólicas no Brasil:

  • Faturamento de R$ 137 bilhões em 2019, o que representa 1,9% do PIB brasileiro
  • As cervejas representam cerca de 90% do volume consumido no país

A distribuidora também tem registrado alta na venda de destilados, com destaque para o gin, e de cervejas artesanais. “O gin vem numa tendência de crescimento nos últimos anos e deve continuar crescendo pelos próximos dois, pelo menos. Já as cervejas artesanais vem registrando alta há quatro anos”, acrescenta a diretora da D’Origem, empresa que, no último ano, triplicou a estrutura do centro de distribuição.

Esse fenômeno de alta nas vendas de destilados e de cervejas artesanais e premium também foi observado pelo estudo do Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene), do Banco do Nordeste. Publicado no ano passado, o documento aponta que o consumidor brasileiro tem apostado mais na qualidade da bebida e menos na quantidade. 

Perdas do setor on trade

Os efeitos das restrições impostas a bares e restaurantes têm sido devastadores para o setor e as projeções para 2021 são bastante pessimistas. A avaliação é do presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel Ceará), Taiene Righetto. “O cenário agora é pior que o ano passado. Estamos registrando queda de 50% durante a semana e cerca de 80% no fim de semana. Essa queda no faturamento está impactando diretamente nos postos de trabalho. Hoje temos 80 mil empregados no Estado, mas já fomos 120 mil antes da pandemia”, afirma. 

A Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) estima que, antes da pandemia, bares, restaurantes e casas noturnas respondiam por 61% das vendas de bebidas no país. Essa queda no setor, então, tem impactado diretamente na venda de bebidas por esses estabelecimentos. E o delivery, apesar de estar em alta, não é capaz de repor perdas, segundo Righetto.

“Existe uma compensação da venda em casa, mas a queda tem sido muito acentuada e ela não consegue cobrir. Além disso, sentimos a queda no consumo em geral. As pessoas estão com menos dinheiro, o auxílio emergencial foi suspenso, o desemprego está maior, então temos uma redução nas vendas”

Taiene Righetto, presidente da Abrasel Ceará

A recuperação, segundo ele, deve vir apenas em 2022. “Estamos vendo aumentos nos casos de Covid e pouco avanço na vacinação, que é a única solução definitiva. Os empresários estão tentando sobreviver e estão se reinventando. Temos uma redução de bares, que com certeza foram os mais afetados, e um aumento no número de restaurantes, já que quase não estamos operando à noite”, explica. 

>>> Com baixas devido à Covid, restaurantes ainda tentam superar dificuldades


Dados da Abrasel nacional mostram um alto endividamento das empresas: 62% afirmam ter contraído empréstimos para sobreviver durante a crise e 18% tentaram, mas receberam negativa dos bancos. Quase um terço (30%) estima levar até dois anos para trazer as dívidas a um patamar normal ou aceitável. Com as restrições a bares e restaurantes, empresas como Campari, Heineken, Chandon, Diageo e Pernod Ricard lançaram campanhas para alavancar as vendas do setor.

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