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Para ajudar na manutenção do setor, Governo do Estado deve destinar R$ 4 milhões para edital que prevê a realização de eventos corporativos virtuais.

Eventos digitais abrem novas oportunidades de negócios para setor

Por: Maria Babini | Em:
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Stella Pavan é diretora executiva da A&M Montagens e Eventos e teve que mergulhar seu trabalho no ambiente digital para lidar com a crise provocada pelo novo coronavírus. Segundo ela, as escolhas eram poucas: ou a empresa mudava, ou fechava as portas. “Essa foi a solução mais viável e assertiva que tínhamos no momento. Foi uma mudança completa de uma empresa que trabalhava com organização de eventos e montagens de estruturas de estandes. A gente saiu da água para o vinho”, ela compartilha. E continua: “nós desenvolvemos também uma plataforma virtual para eventos online. Ela é genuinamente cearense e foi testada no nosso evento. Funciona como uma espécie de centro de eventos virtuais e hoje temos uma oferta para o setor que queira se adaptar ao novo momento”, comenta.


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Joaquim Cartaxo, superintendente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Ceará (Sebrae-CE), acredita que já existia no mundo uma tendência de modelos de eventos em formatos híbridos e digitais, mas que o processo se intensificou fortemente por causa da adoção de medidas restritivas necessárias para evitar a transmissão da Covid-19. “Isso exigiu um novo olhar das empresas do segmento na concepção de seus eventos. Acredito que esta tendência deve permanecer, mesmo depois de um cenário onde a pandemia seja superada, pois, além da redução de custos, como,  por exemplo, de deslocamento, também permite um maior alcance e uma maior comodidade para os participantes”, avalia.

Flávio Ataliba, secretário executivo de Planejamento e Orçamento da Secretaria do Planejamento e Gestão do Ceará (Seplag-CE) acredita também que a pandemia vai alterar o modo como as pessoas vão interagir. “Primeiro, pelas próprias consequências geradas no sentido de as pessoas trabalharem mais em home office, evitarem aglomerações em grandes centros urbanos. Esse processo também terá efeito na maneira de você participar de eventos. O que o setor de eventos precisa estar preparado é exatamente para se adaptar a essas mudanças que vão ocorrer. O tipo de trabalhador que vai ser necessário deve se alterar muito”, ele analisa.

Apoio para o setor

Uma das medidas adotadas pelo Governo do Estado para ajudar a reduzir os prejuízos do setor foi o lançamento de um edital, no valor de R$ 4 milhões, para a realização de eventos corporativos virtuais. “Hoje, já é uma realidade você poder organizar eventos online com pessoas de diversos cantos do mundo, sem precisar daquela preocupação de passagem aérea, de hotel, de transporte. Eu acho que o setor de eventos, no Ceará, no caso desses corporativos, detém um know how muito grande e isso faz com que eles possam migrar, de alguma forma, para esse segmento de grandes necessidades. Eu acredito que essa seja a grande inovação. Esse edital, sem dúvida nenhuma, é um esforço, um estímulo que se dá ao segmento para que ele possa, já a partir de agora, fortalecer mais ainda suas ações com essa característica a distância”, reforça Flávio Ataliba.

As ações de apoio incluem ainda auxílio financeiro para profissionais do setor no valor de R$ 1 mil, parcelamento das dívidas de ICMS em até 60 meses, isenção do IPVA 2021 para veículos registrados em nome de empresas de eventos e até um carro de profissionais autônomos ou microempreendedores atuantes no ramo, além de isenção de taxa ou aluguel para realização de eventos nos equipamentos públicos do Estado durante seis meses.

Desde o começo da pandemia, os profissionais de eventos também tiveram amparo do Sebrae-CE, que dialogou com as entidades representativas do setor para encontrar modos de apoiar as empresas. Segundo Joaquim Cartaxo, uma das formas encontradas foi também o lançamento de editais para atender exclusivamente a promoção de eventos digitais. “O objetivo foi despertar aquelas empresas que ainda estavam acomodadas, mostrar que elas precisavam se reinventar para atender a esse novo mercado. Além dos editais, foram disponibilizadas consultorias na área da gestão para auxiliar, principalmente, nas questões relacionadas à presença digital, nos controles financeiros, redução de custos e orientação no acesso ao crédito”, destaca o superintendente do Sebrae-CE.

Mercado digital

Joaquim Cartaxo destaca que a manutenção dos modelos de eventos digitais exigirá das empresas um olhar mais cuidadoso para os anseios dos participantes e também para uma atualização constante das tecnologias. Isso porque os eventos precisarão ser ainda mais atrativos, promovendo uma experiência cada vez melhor para o público. “Essa é uma tendência que veio para ficar, mas não significa que seja o fim dos eventos presenciais. Pois é bom lembrar que as pessoas continuarão querendo o contato humano, apenas ficarão mais criteriosas na hora de decidir sair de casa. Por isso, é preciso que as empresas de eventos estejam preparadas para atender a esses dois públicos e oferecer experiências diferentes e de qualidade em ambos os formatos”, analisa.

“Hoje não se pode mais pensar em iniciar um negócio sem inserir o digital, e esse pode ser um dos principais pontos de atenção do empreendedor”

Joaquim Cartaxo, superintendente do Sebrae-CE

Flávio Ataliba também sugere que o mercado precisará muito mais de pessoas que tenham a habilidade de trabalhar com computadores, internet, programação e atendimento remoto, o que deve alterar bastante o perfil profissional procurado.

“É importante que as empresas de todos os setores já procurem se adaptar a essas tendências. Situações como a pandemia mudam a maneira das pessoas viverem, a maneira das pessoas se comportarem. Ou seja, a própria demanda de comércio, de eventos também vai se modificar”

Flávio Ataliba, secretário executivo de Planejamento e Orçamento da Seplag

Stella Pavan, diretora executiva da A&M Montagens e Eventos, acompanhou de perto o cenário que ilustra o fortalecimento do mercado de eventos digitais. “A Feira Nacional de Artesanato e Cultura (Fenacce), por exemplo, era um evento regional, a nível nacional, porque tínhamos expositores do Brasil inteiro. Mas quando fomos tirar os resultados do alcance, vimos que tinha gente dos Estados Unidos, da China, da Tailândia e da Indonésia que assistiram ao nosso evento. É uma coisa que se difunde rápido. Uma coisa que não se imaginava: um evento de artesanato, que era uma coisa pequena, tomou uma dimensão gigantesca. Sem contar da estratégia de marketing, porque tudo o que é feito no evento online fica gravado para posteridade. Vimos que esse movimento veio para ficar. Não por nossa vontade, mas pela necessidade”, avalia.

Ela reconhece que o retorno dos eventos presenciais deve ocorrer com a imunização de boa parte da população com a vacina contra a Covid-19. Até lá, deve seguir com a realização de eventos em sua plataforma online. “A gente se adapta, se reinventa, mas sempre com a esperança que a coisa volte ao normal”, torce.

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