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Para a CBIC, assim como não tem endereço e tem perfil variado de cliente, o mercado imobiliário de luxo não tem tabela de preço. (Foto: Envato Elements)

Mercado imobiliário de luxo: quando mais é mais mesmo

Por: Gladis Berlato | Em:
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Alto padrão, luxo ou superluxo, um conceito no qual o céu é o limite quando se fala de mercado imobiliário. Trata-se de um “nicho” que anima as incorporadoras, eleva o padrão de construções e gera empregos. No Brasil, se convencionou classificar este segmento a partir da faixa de R$ 1,5 milhão. Mais que morar, é vivenciar. Que o digam ícones do bem viver como Jeff Bezos e suas duas novas residências em Indian Creek/Miami (R$ 332 milhões e R$ 386 milhões), ou seu vizinho Tom Brady (ex-Gisele Bündchen) que adquiriu apenas o terreno por US$ 17 milhões, sim, dólares, que receberá cais com elevador para barco e jet-ski. No Brasil, o jogador Neymar deu uma ajuda neste mercado valioso comprando um apartamento em Balneário Camboriú, o metro quadrado mais caro do Brasil (R$ 12.522, segundo o Índice Fipe ZAp+).


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É crescente o mercado imobiliário de luxo, que representa quase 30% de todas as vendas de imóveis no Brasil. No ano passado, avançou mais de 80% sobre 2021, como atesta a pesquisa da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Neste ano, de janeiro a março, as transações com empreendimentos de alto padrão continuaram ascendentes aumentando quase 40%, conforme dados da Brain Inteligência Estratégica, portal especializado em mercado imobiliário.

São considerados imóveis de Alto Padrão aqueles de valores médios entre R$ 1 milhão e R$ 1,5 milhão. Os projetos na categoria Luxo estão na faixa de R$ 1,5 milhão a R$ 3 milhões e os Superluxo valem acima de R$ 3 milhões. Trata-se de um segmento de negócios onde as decisões de compras transcendem os aspectos meramente financeiros e alcançam a percepção de valor pela experiência a ser vivenciada.

Analistas entendem que apesar do abismo de desigualdades no Brasil, os novos imóveis cada vez mais sofisticados também ajudam a elevar o nível de exigência dos consumidores de uma maneira geral. Mas não basta apenas preço alto. Precisam ter diferenciais em materiais nobres, acabamento e design. Mais recentemente, também foram incluídos nos critérios questões que envolvem sustentabilidade desde o processo construtivo até as funcionalidades.

Tecnologia impulsiona

Guilherme Fortes, vice-presidente da Região Nordeste da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), atesta que neste ano o mercado imobiliário em geral tem registrado crescimento em vendas e lançamentos e o mercado de alto padrão acompanha, aquecido pela necessidade de mais espaço para escritório, esportes e lazer.

Outro impulsionador de negócios nesta faixa de alto valor, segundo ele, foi a tecnologia. Ao incorporar experiências de outros países, o padrão nacional ganhou perfil internacional em alguns empreendimentos para atender ao público brasileiro e também do exterior com a vantagem de uma taxa cambial favorável ao investimento no Brasil.

“O mercado de alto padrão não tem endereço certo, os empreendimentos podem ser casa, apartamento, condomínio, casa de praia ou de campo. A busca é por uma experiência única”, comenta Fortes, acrescentando que o perfil desse comprador está muito mais associado ao produto oferecido e ao propósito a que se destina. Um apartamento estilo flat, com serviços, comodidade e uma boa localização pode atrair muitos investidores, da mesma forma que uma casa ampla.

Gosto do freguês

Para a CBIC, assim como não tem endereço e tem perfil variado de cliente, o mercado imobiliário de luxo não tem tabela de preço. “Vai depender do gosto do freguês”, brinca ele, referindo-se a projetos específicos, materiais diferenciados e design, que alteram o valor final. No cálculo entra a interação de grandes escritórios, artistas renomados e marcas de referência que assinam os projetos. Os prédios assinados com grifes e associados à arte já são atraentes pela certeza do alto nível de entrega nas áreas comuns e fachadas.

A perspectiva é de continuidade de crescimento do mercado de luxo em 2024, que é muito importante para o setor pela tecnologia de construção dos empreendimentos, empregando técnicas e sistemas mais inovadores e modernos, movimentando a economia ao redor como restaurantes, lojas e imobiliárias, inclusive internacionais.

Mercado pujante

O presidente do Sinduscon-CE, Patriolino Dias de Sousa, que vivencia o mercado como diretor executivo da Dias de Sousa Construções, diz que o mercado está pujante, inclusive, para a segunda moradia. “Tivemos no pós-pandemia diversos empreendimentos de altíssimo padrão que são apartamentos acima de 200 m² como, por exemplo, em praias requisitadas como Aquiraz, Flecheiras, Cumbuco e Guajiru”. Ele também atesta grande movimentação de negócios em bairros concorridos de Fortaleza, como Guararapes, Aldeota e Meireles.

A própria empresa que dirige lançou, em outubro, o Platinum Condominum, no Guararapes, numa das regiões que mais cresce na capital cearense, sendo o maior empreendimento no bairro, que tem o melhor IDH-Renda da cidade.

Anexo ao Platinum Condominium, a Dias de Sousa construirá um Mall com cerca de 3.000 m² de área bruta locável, que terá uma filial do Supermercado Guará, uma unidade da gelateria San Paolo, uma Greenlife Family Club com dez quadras de beach tennis, entre outras marcas de renome. Confirmando a tendência de projetos assinados por nomes conhecidos, o projeto arquitetônico é de Daniel Arruda, com paisagismo de Benedito Abbud e design de interiores de Hermínia Lopes.

Para o presidente do Sinduscon-CE, a perspectiva é de otimismo no mercado imobiliário por conta da sinalização da diminuição da taxa de juros, de acordo com o boletim Focus, o que incentiva o investimento em imóveis.

Moldura da natureza

A vice-presidente do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Ceará, Brenda Rolim, garante que o Estado está preparado para atender a demanda por imóveis de alto padrão, um mercado que se consolidou a partir da reflexão pós-pandemia da prioridade dada ao bem-estar. “A quarentena e todas as suas consequências funcionaram como catalisadores na conscientização do morar com comodidade e conforto”.

Brenda Rolim destaca que o diferencial, no caso do Ceará, é o luxo intransferível da beleza natural que emoldura os empreendimentos voltados tanto às famílias que buscam upgrade como aos investidores.

“O verdadeiro luxo seria vivermos em espaços que ofereçam bem-estar, conforto, qualidade estética e segurança a todos”, ilustra acrescentando que desenvolvimento e valorização das cidades devem estar associados à qualidade de vida do cidadão.

Luxo Brasil afora

Há empreendimentos tops espalhados de Norte a Sul do Brasil, concentrados, obviamente, no Sudeste, precisamente em São Paulo. Em Porto Alegre (RS), um dos destaques não é um prédio ou uma mansão. É um bairro, o Golden Lake, da Multiplan, em fase avançada, que soma investimentos de R$ 500 milhões.

O primeiro de sete condomínios do complexo – o Lake Victoria – será concluído no final de 2024, com 94 unidades, todas de frente para o Rio Guaíba e que já conta com um lago artificial para a prática de esportes náuticos e contará também com uma praia que recria um cenário tropical. O empreendimento também terá ciclovias e pistas de caminhada e é integrado ao BarraShoppingSul, como tem sido tendência neste tipo de obra.

Em Santa Catarina, Balneário Camboriú é a bola da vez elevando o metro quadrado residencial para além de R$ 12.500,00, superando pontos tradicionalmente caros como Rio de Janeiro e São Paulo. A propósito, o Estado catarinense lidera o Top 10 com Itapema, Florianópolis e Itajaí, conforme pesquisa FipeZap+. Pelo ranking, Vitória também se destaca por empreendimentos de luxo.

No Nordeste, a construtora Luan Investimentos está construindo empreendimentos residenciais de alto padrão em Paulo Afonso (BA) e Piranhas (AL) que totalizam 900 mil m² de área urbanizada com 868 lotes, em condomínios fechados à beira do Velho Chico. Batizados de Cânions, Riviera e Santorini Residence Marina, será justamente a atração mencionada no nome dos empreendimentos que buscará estimular a vocação do Rio São Francisco para esportes aquáticos. Além da marina, outros atrativos que justificam o que leva a empresa a ser conhecida como uma construtora de “resorts de condomínios”.

“Esses empreendimentos foram pensados para atender a vocação de uma vida conectada à natureza exuberante do cerrado e do Rio São Francisco”, comenta Adrian Estrada, CEO da Luan. Com quase todos os lotes já comercializados, as obras são circundadas por ciclovias, bangalôs contemplativos, quadras esportivas, salão de jogos, churrasqueira, área kids e a marina exclusiva.

O levantamento “Valor 1000”, em sua última edição, apontou que das 27 construtoras e incorporadoras imobiliárias, 12 atuam no segmento residencial de alto padrão: 44% do total. Antes da pandemia, eram nove.

Fonte: Valor 1000

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