A maioria do mercado espera a manutenção da taxa Selic em 14,75%, sinalizando o fim do ciclo de aperto monetário iniciado em 2021. (Foto: Divulgação)
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anuncia nesta quarta-feira (18), sua nova decisão sobre a taxa básica de juros. A maioria do mercado espera a manutenção da taxa Selic em 14,75%, sinalizando o fim do ciclo de aperto monetário iniciado em 2021. No entanto, algumas instituições financeiras passaram a revisar suas projeções e agora apostam em uma elevação para 15%.
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O consenso do boletim Focus indica estabilidade da Selic neste momento, mas sem previsão de corte em 2025. Economistas avaliam que, diante da inflação ainda acima da meta e da resiliência da atividade econômica, o espaço para flexibilização monetária permanece restrito. O Itaú, por exemplo, prevê início de cortes apenas em 2026.
A comunicação do Banco Central após a reunião de maio reforçou a avaliação de que a política monetária está significativamente contracionista e que os juros devem permanecer elevados por mais tempo. Para a XP, o cenário internacional volátil e a inflação persistente dificultam qualquer antecipação de alívio monetário no curto prazo.
O JPMorgan segue a mesma linha, afirmando que o Copom deve manter a taxa atual, mas sem cravar o fim do ciclo de alta, adotando postura mais cautelosa frente às incertezas fiscais e ao desempenho da economia global.
Apesar da expectativa majoritária de estabilidade, casas como BTG Pactual e Santander passaram a projetar uma alta de 0,25 ponto percentual, elevando a Selic para 15%. O argumento principal é a persistência da inflação de serviços, a atividade econômica resiliente e a desancoragem das expectativas inflacionárias.
No cenário traçado pelo C6 Bank, ainda que haja chance de manutenção, a tendência é que os juros sigam elevados ao longo de 2025, com possibilidade de alívio somente em 2026.
De acordo com o Boletim Focus divulgado pelo Banco Central (BC). A projeção para a Selic em 2025 ficou em 14,75% pela sexta semana consecutiva, enquanto a estimativa para 2026 foi mantida em 12,50%. A estabilidade reflete o entendimento de que o atual ciclo de alta se encerrou, mesmo com sinais mistos sobre a inflação.
A estimativa para o IPCA, índice que mede a inflação no Brasil, em 2025 recuou de 5,44% para 5,25%, na terceira semana seguida de revisão para baixo. Para 2026, a expectativa permanece em 4,50%. Ambas as projeções seguem acima do centro da meta de 3% perseguida pelo BC, ainda que dentro da margem de tolerância.
Além disso, o mercado agora espera alta de 2,20% no Produto Interno Bruto (PIB) de 2025, ante 2,18% na semana anterior. Para 2026, a expectativa passou de 1,81% para 1,83%. O ajuste sinaliza otimismo moderado em relação ao desempenho da atividade econômica nos próximos anos, mesmo diante de um cenário fiscal ainda incerto.
No câmbio, houve leve queda na projeção para o dólar, que passou de R$ 5,80 para R$ 5,77 ao fim de 2025. Para 2026, a estimativa recuou de R$ 5,89 para R$ 5,80. A moeda norte-americana acumula desvalorização de 10,3% frente ao real em 2025, puxada por ajustes no mercado global e incertezas em torno da política de juros dos Estados Unidos.
