Ex-ministra do Meio Ambiente defende nova governança climática no Brasil

Por: Redação | Em:
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esg e governança climática

A nova estrutura de governança deve integrar inovação, economia e a atuação conjunta de governo, setor privado e sociedade civil. (Foto: Envato Elements)

Izabella Teixeira, ex-ministra do Meio Ambiente e atual presidente do Comitê Global de Sustentabilidade da Ambipar, defende que o Brasil precisa abandonar práticas antigas e criar uma nova governança climática. Para ela, o país não pode mais tratar o meio ambiente de forma isolada, ignorando os impactos econômicos e geopolíticos de um mundo em transformação.


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Segundo Teixeira, a nova estrutura de governança deve integrar inovação, economia e a atuação conjunta de governo, setor privado, mercado financeiro e sociedade civil. Em entrevista à Exame, ela destacou que “todos devem ter papéis bem definidos e estruturados para que se corresponsabilizem pela visão e resultados que desejamos alcançar enquanto nação. O Brasil ainda insiste no passado”.

A proposta surge diante de um cenário global marcado por crises energéticas, guerras e negacionismo climático, especialmente com figuras como Donald Trump retomando influência política nos EUA.

“O mundo mudou e não estamos mais discutindo o clima como antes. O Brasil também precisa mudar.”

Izabella Teixeira, presidente do Comitê Global de Sustentabilidade da Ambipar

A executiva argumenta que o Brasil ainda opera com uma “miopia política” ao insistir em modelos antigos e fragmentados de governança. Ela alerta que a natureza deve ser encarada como um “ator político” e que as decisões estratégicas precisam considerar seu impacto direto na sociedade e na economia nacional.

Em fevereiro, Izabella passou a liderar o T30, grupo latino-americano que reúne empresas e organizações internacionais para discutir soluções climáticas. A proposta é acelerar a cooperação entre atores privados e públicos em torno de políticas sustentáveis e de longo prazo.

Paz como diferencial na governança climática

Izabella destaca que o Brasil está em uma posição estratégica no cenário internacional, sendo líder em energias renováveis e rico em minerais críticos. Ela defende que o país precisa escolher como deseja se posicionar: se com foco em mobilidade elétrica, biomassa no agronegócio ou outras rotas de descarbonização da economia.

Foto: Divulgação

A paz, segundo a ex-ministra, também deve ser considerada um ativo competitivo. Mesmo com os desafios na segurança pública, o Brasil oferece estabilidade institucional e social que pode atrair investimentos sustentáveis e ampliar sua relevância global. Além disso, a especialista crítica os discursos alarmistas e afirma que os desafios climáticos devem ser tratados com racionalidade e visão de escala.

*Com informações do portal Exame

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