Inflação desacelera em maio, mas ainda supera meta do BC

Por: Redação | Em:
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Com a inflação ainda desancorada e o mercado de trabalho aquecido, o Banco Central tende a manter a Selic em nível elevado. (Foto: Envato Elements)

A inflação oficial do Brasil, medida pelo IPCA, subiu 0,26% em maio, após alta de 0,43% em abril, segundo dados divulgados nesta terça-feira (10), pelo IBGE. Esse é o menor índice mensal desde janeiro, quando o avanço foi de 0,16%. Em 12 meses, o IPCA acumula alta de 5,32%, abaixo dos 5,53% registrados no período anterior.


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O resultado veio abaixo das expectativas do mercado, que projetava 0,33% no mês e 5,40% no acumulado anual, segundo pesquisa da Reuters. A taxa de difusão — que mede o percentual de itens com alta de preços — também recuou, de 67% em abril para 60% em maio, indicando menor espalhamento da inflação.

A principal contribuição para a desaceleração veio dos grupos Alimentação e bebidas, Habitação e Transportes, que juntos representam 57% do IPCA. Alimentos recuaram de 0,82% para 0,17% entre abril e maio, enquanto Transportes passaram de alta de 0,37% para queda de 0,22%, compensando a elevação no grupo Habitação.

Inflação segue fora da meta e limita corte de juros

Apesar da desaceleração, o IPCA segue acima do teto da meta definida pelo Banco Central, que é de 3% com tolerância de 1,5 ponto percentual. O boletim Focus projeta inflação de 5,44% para o fim de 2025 e de 4,50% em 2026, ambas acima do centro da meta.

A previsão é de que alimentos sigam em trajetória de estabilidade nos próximos meses, o que pode manter o IPCA em níveis mais baixos em junho e julho. No entanto, o risco de nova alta na energia, caso a Aneel acione a bandeira vermelha 2, pode pressionar o índice em julho, com impacto estimado de até 0,18 ponto percentual.

Com a inflação ainda desancorada e o mercado de trabalho aquecido, o Banco Central tende a manter a Selic em nível elevado. A mediana das projeções aponta estabilidade em 14,75% até o fim de 2025, com recuo para 12,50% ao longo de 2026.

O Comitê de Política Monetária (Copom) volta a se reunir na próxima semana. A tendência é de manutenção do atual patamar dos juros, diante da combinação de inflação acima da meta e cenário externo incerto.

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