Economista-chefe do BNB aponta tendência de política monetária mais rígida após ata do Copom

Por: Redação | Em:
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Rogério Sobreira e copom

Rogério Sobreira destaca que o Copom passou a adotar o cenário “higher for longer” como base para a condução da política de juros. (Foto: Divulgação/BNB)

Rogério Sobreira, economista-chefe do Banco do Nordeste (BNB), destaca que o Comitê de Política Monetária (Copom) passou a adotar o cenário “higher for longer” como base para a condução da política de juros. A interpretação ocorre a partir da ata divulgada nesta terça-feira (13), que sugere restrição monetária prolongada em meio a expectativas de inflação desancoradas.


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“Deve-se esperar que, enquanto as expectativas inflacionárias não apresentarem, no horizonte relevante, sinais claros de convergência para a meta, o Copom manterá os juros nos níveis atuais. O corte na taxa Selic, se ocorrer neste ano, deverá ser observado no quarto trimestre, tudo o mais constante.”

Rogério Sobreira, economista-chefe do BNB

Na página 5 do documento, o Banco Central afirma que o ambiente exige uma política mais restritiva e duradoura que no passado. Para Sobreira, isso indica que o Copom manterá a Selic no patamar atual enquanto não houver sinais claros de convergência da inflação para a meta. Um eventual corte de juros, segundo ele, só deve ocorrer no quarto trimestre.

Atividade econômica e inflação em foco

O Copom reconheceu uma moderação incipiente da atividade econômica, mesmo com dados ainda mistos. A avaliação é que esse processo deve se aprofundar nos próximos trimestres como reflexo da política monetária restritiva.

copom
(Foto: Raphael Ribeiro/Banco Central)

A desaceleração da economia é considerada “necessária” para a convergência da inflação à meta de 3%. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) projetado para 2024 está em 4,8%, acima do limite superior do intervalo de tolerância (4,5%).

Ainda assim, o Copom reiterou que as expectativas de inflação permanecem desancoradas, o que exige uma política monetária significativamente contracionista por período prolongado. O comitê seguirá atento ao comportamento da inflação de serviços, ao câmbio e ao ritmo da atividade.

Apesar da retirada da menção a um viés inflacionário assimétrico, o BC debateu se o risco permanece levemente assimétrico ou já pode ser considerado neutro. O cenário segue indefinido.

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