O setor público consolidado registrou superávit primário de R$3,588 bilhões em março, superando as projeções do mercado. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
O setor público consolidado registrou superávit primário de R$3,588 bilhões em março, superando as projeções do mercado. Economistas consultados pela Reuters previam saldo positivo de R$1,5 bilhão, impulsionado por desempenho acima da média dos governos regionais.
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O superávit foi composto por saldo positivo de R$6,460 bilhões dos entes subnacionais, que compensaram déficits de R$2,305 bilhões do governo central e de R$566 milhões das estatais. O desempenho contribui para aliviar parte da pressão sobre as contas públicas, apesar do impacto negativo dos juros.
A melhora fiscal ocorre em um cenário de endividamento elevado, com a dívida líquida do setor público alcançando 61,6% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 61,4% no mês anterior.
A dívida pública bruta do governo geral caiu de 76,1% para 75,9% do PIB em março. O recuo foi puxado principalmente pelo crescimento do Produto Interno Bruto, que gerou efeito contábil equivalente a 0,6 ponto percentual de redução.
Outro fator de alívio foi o resgate líquido de títulos públicos, que contribuiu para queda adicional de 0,3 ponto percentual. Esses efeitos compensaram parcialmente a alta de 0,8 ponto causada pelos juros da dívida.
Apesar do recuo pontual, o nível da dívida bruta continua elevado, o que mantém a política fiscal sob escrutínio de analistas e investidores.
O superávit primário de março reforça o papel dos governos regionais no equilíbrio fiscal, mas a persistência de juros altos impõe desafios à consolidação das contas públicas.
A evolução da dívida segue sensível à dinâmica do crescimento econômico e à capacidade de geração de superávits. O dado positivo do mês não altera, por ora, o cenário estrutural de atenção com o endividamento público.
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