Venture capital desempenha um papel crucial no desenvolvimento da nova economia e deve ser parte da carteira de todo investidor prudente. (Foto: Freepik)
Após uma atualização substancial feita pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) em 2022, o mercado de venture capital (VC) foi impactado positivamente e ao longo de 2023, com plataformas mais robustas e melhor preparadas para oferecer uma experiência abrangente aos investidores, de acordo com Flavio Monteiro, Managing Partner do Kria, uma plataforma de investimentos em startups.
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Segundo o especialista, as medidas ampliaram o campo de atuação das plataformas de equity crowdfunding (mecanismo que oferece oportunidades inéditas de investimento online em startups e empresas em expansão), proporcionando mais liquidez ao mercado.
Ainda assim, Monteiro destaca que o último ano foi marcado por muitas reflexões e avaliações. “Foi um período bem desafiador para o venture capital, principalmente pelo cenário de alta de juros que vivemos no país, com investidores mais cautelosos e menos capital de risco disponível para as empresas. 2023 foi um ano de olhar para dentro”, aponta.
Esses pontos são corroborados pelos dados divulgados no estudo ‘Venture Pulse Q3 2023‘, indicando um arrefecimento nos investimentos globais em VC, causado, principalmente, pelas altas taxas de juros globais, incertezas econômicas e geopolíticas, além das preocupações contínuas com valorações e downrounds.
No entanto, Flavio ressalta que isso não implica uma situação irreversível, pois o venture capital desempenha um papel crucial no desenvolvimento da nova economia e deve ser parte da carteira de investimentos de todo investidor prudente.
“Como todo ativo de risco, o VC está sujeito a oscilações e é sensível a fatores macroeconômicos, como taxa de juros, por exemplo. Após um período de muito aprendizado, podemos enxergar um Brasil bem mais preparado para essa modalidade de investimento nos próximos anos.”
Flavio Monteiro, Managing Partner do Kria
Nesse contexto, a expectativa é de um mercado mais maduro em 2024. Nos últimos dois anos, o mercado se autoajustou, as empresas reduziram custos e trabalham com projeções mais realistas. O capital é fundamental para impulsionar o desenvolvimento e o impacto, mas, ao mesmo tempo, pode ser prejudicial para negócios mal geridos. Portanto, é essencial confiar nessa nova geração de empreendedores.
Por fim, o especialista destaca o potencial do país para ser um grande player em investimentos, incluindo venture capital. Segundo ele,é necessário realizar um trabalho interno para melhorar as condições para essa atividade, com uma visão mais atenta ao que acontece no mercado. “O Brasil é um terreno fértil, e os principais fundos de investimento do mundo estão de olho nas nossas oportunidades”, conclui.
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