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A indústria tem procurado se mobilizar cada vez mais na busca pela tal sustentabilidade, sabedora da importância do uso consciente dos recursos naturais sem comprometer o bem-estar das gerações futuras e do planeta. (Foto: Envato Elements)

Sustentabilidade na indústria é sinônimo de competitividade

Por: Pádua Martins | Em:
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Atualmente, sustentabilidade é uma das questões mais debatidas em todo o mundo. Não se trata de modismo, pois está ligada ao processo de mudança que tem por objetivo à preservação do “planeta água”. A Terra nunca esteve tão ameaçada como hoje e as consequências, que são várias, atingem a todos, indistintamente. Talvez a principal delas seja o aquecimento global, que vem sendo amplamente discutido.


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Os setores da economia estão conscientes de que é necessário mudar. E rápido. A indústria tem procurado se mobilizar cada vez mais na busca pela tal sustentabilidade, sabedora da importância do uso consciente dos recursos naturais sem comprometer o bem-estar das gerações futuras e do planeta.

É urgente encontrar um ponto de equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental. Mesmo porque sustentabilidade e competitividade andam cada vez mais juntas. É, assim, uma questão de sobrevivência e não há outra saída. Inclusive, está mais que explícita a preferência dos consumidores pelas empresas que praticam a sustentabilidade. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), as indústrias brasileiras investiram US$ 32 bilhões em sustentabilidade nos últimos 15 anos.

Mas, o caminho para a sustentabilidade é longo, sinuoso e muitas vezes não depende apenas da intenção dos gestores, mas de fatores outros, como, por exemplo, recursos elevados (próprios) ou oriundos de crédito. Somente para descarbonizar a indústria brasileira vão ser necessários, até 2050, R$ 40 bilhões, de acordo com cálculo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgado na Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP 28), realizada em dezembro de 2023, em Dubai, Emirados Árabes.

Lembrando que descarbonizar é o processo que consiste na redução das emissões de carbono na atmosfera, especialmente de dióxido de carbono, com objetivo de alcançar uma economia global com emissões reduzidas para conseguir a neutralidade climática através da transição energética.

CNI quer uma política industrial forte

O novo presidente da CNI (empossado em 31 de outubro deste ano), Ricardo Alban, em entrevista para a Revista da Indústria Brasileira, é taxativo: Uma política industrial forte é o caminho para o desenvolvimento socioeconômico sustentável, pois não existe país grande sem avanços industriais. A indústria liderou a transformação que levou os países asiáticos do século 21 a novos patamares de desenvolvimento socioeconômico.

“Não queremos só incentivos, apesar de eles também serem necessários para competirmos em igualdade, especialmente nas novas áreas. As empresas no mundo receberam US$ 40 bilhões a mais em subsídios no primeiro semestre de 2023. Governos de grandes potências, como Estados Unidos e China, investem bilhões de dólares para aproveitar oportunidades da revolução industrial verde. Muito mais do que incentivos, queremos condições para competir”.

Ricardo Alban, presidente da CNI

Ele entende que a economia de baixo carbono é uma agenda prioritária, pois não existe economia sustentável sem uma indústria forte e sustentável e a indústria brasileira está preparada para essa transição. Devemos aproveitar – frisa – todas as oportunidades oferecidas pela economia de baixo carbono, que requer mão de obra qualificada, investimento em novas tecnologias e fontes de energia limpa, como a eólica offshore.

“Vamos pegar todas as vantagens competitivas que temos aqui, como uma matriz energética predominantemente limpa, para liderar um movimento global de descarbonização, com potencial para sermos um grande hub de exportação de energia renovável, tendo o hidrogênio verde como uma das principais apostas” – observa o dirigente classista.

Ricardo Alban, presidente da CNI. (Foto: Divulgação/CNI)

“A indústria brasileira já é parte da solução quando o assunto é sustentabilidade e adaptação às mudanças climáticas. Nós já fizemos, há muito tempo, o que muitos setores industriais de outros países estão correndo para fazer agora” – ressalta Ricardo Alban, presidente da CNI. Para ele, a indústria brasileira, principalmente aquela intensiva em uso de energia, como a do cimento, por exemplo, já fez esse dever de casa e temos muito para compartilhar com o mundo. As emissões de gases de efeito estufa dos fabricantes de cimento instalados no país são 10% menores do que a média mundial. No setor do alumínio, cerca de 60% de todo material consumido no país é reciclado.

O que a indústria tem feito para contribuir com a sustentabilidade?

Pesquisa realizada pela CNI em todo o país (o levantamento foi realizado pelo Instituto de Pesquisa em Reputação e Imagem, da FSB Holding, em novembro último) revelou que, no âmbito do consumo, cadeira produtiva e indústria, 89% das empresas industriais brasileiras – ou seja, quase nove em cada dez – realizaram, em 2023, ações para reduzir a geração de resíduos sólidos, enquanto 86% fizeram atividades para otimizar o consumo de energia e 83% para otimizar o uso da água.

O gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI, Davi Bomtempo, observa que a pesquisa ajuda entender qual é a perspectiva do setor industrial em relação a agenda de liderança e sustentabilidade. “Então, essa pesquisa é feita de forma paulatina pra que a gente comece a entender como a CNI pode atuar de forma a estimular cada vez mais a agenda ESG dentro do setor industrial” – pontua.

Davi Bomtempo é gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI. (Foto: Divulgação/CNI)

“O estudo evidencia o compromisso das indústrias brasileiras com a sustentabilidade, implementando estratégias na linha de produção para melhorar a eficiência no uso de recursos. Vários investimentos estão sendo feitos dentro das suas plantas industriais como modernização dos seus parques tecnológicos, a troca por combustíveis mais renováveis e, dessa forma, você tem uma indústria bastante competitiva, mas que emite pouco gás carbônico.”

Davi Bomtempo, gerente-executivo de Meio Ambiente e Sustentabilidade da CNI

No que tange especificamente a otimização do uso água, é interessante verificar que o Nordeste tem o maior índice de empresas, pela pesquisa, que adota ações relacionadas à sustentabilidade na linha de produção, com 89%, seguido pelo Sudeste, com 85%; Norte/Centro Oeste, com 82%, e Sul, com 77%. Levando em consideração o porte das empresas, as médias/grandes que disseram sim foram responsáveis por 87%, e as pequenas apresentaram índice de 81%.

Quando as ações dizem respeito ao uso de fontes renováveis de energia, o Nordeste também se destaca, com 62% de sim pelas empresas ouvidas, seguido pelo Norte/Centro Oeste, com 61%; Sul, com 55%, e Sudeste, com 45%. Com relação a otimização do consumo de energia, as empresas do Nordeste, mais uma vez, foram destaques, com 97%; Norte/Centro Oeste com 92%; Sul, com 86% e Sudeste com 83%.

Ainda no âmbito do consumo, cadeia produtiva e indústria, a pesquisa também revela dados sobre os processos dedicados a reduzir ou eliminar poluição da água; aprimoramento de processos para melhoria do desempenho ambiental; processos dedicados a reduzir ou eliminar poluição do ar; ações para mitigação da emissão de gases de efeito estufa; logística reversa de produtos e uso de fontes renováveis de energia.

Principal foco de investimentos é em energia renovável

Um total de 42% das empresas ouvidas pela pesquisa revelou que o principal foco de investimento em sustentabilidade, nos próximos dois anos, diz respeito ao uso de fontes renováveis de energia. Em segundo lugar, com 36% das intenções, estava a modernização das máquinas para melhoria de aspectos ambientais, seguida por ações para a otimização do consumo de energia, com 32%.

No que diz respeito as fontes de energia renováveis, a energia solar é o “xodó” dos empresários. Um total de 54% afirmou ter “muito interesse” em adotar energia solar, enquanto 21% disseram ter algum interesse e 11 % pouco interesse. Os resultados, na mesma análise, para o hidrogênio verde de baixo carbono foram: 10%; 9% e 18%. Para energia eólica: 5%, 8% e 16%, e para biomassa, 5%, 8% e 14%. A maioria que tem muito interesse está no Norte/Centro Oeste, com 75%; Sudeste, 54%; Sul, com 51%, e Nordeste, com 50%.

Davi Bomtempo afirma que o Brasil se encontra na vanguarda da transição energética, com elevada participação de fontes renováveis na matriz energética, e segue em uma trajetória sustentável, ampliando e diversificando, cada vez mais, o uso dessas fontes limpas e renováveis

Obstáculos

A principal barreira para implantar ações de sustentabilidade, segundo a pesquisa, reside na falta de incentivo do governo (51%) e na falta de cultura de sustentabilidade no mercado consumidor (39%). Já a dificuldade de crédito ou financiamento aparece como a terceira colocação, com 22%. Sobre a adoção de novas tecnologias para impulsionar a produção sustentável nas fábricas, 75% têm interesse em linhas de crédito para novas tecnologias verdes.

Já outros 66% disseram precisar de novas tecnologias de baixo carbono e 59% tinham interesse em modernização de maquinário para atingir metas de descarbonização. Sobre a procura por incentivo público para investir em ações sustentáveis na produção, 6% afirmaram que obtiveram o financiamento; 10% disseram que procuraram, mas não obtiveram, enquanto 82% responderam que não buscaram.

Sustentabilidade empresarial

É de suma importância ressaltar que a sustentabilidade empresarial atrai novos consumidores, investidores e profissionais que compartilham dos mesmos ideais. Também tem potencial para a geração de novos modelos de negócios e o fortalecimento das redes de valor. Além disso, práticas sustentáveis economizam recursos, geram menos desperdício e melhoram o custo de produção.

O consumidor está mais consciente do peso ecológico e social de suas próprias escolhas. Assim, as empresas precisam oferecer respostas coerentes sobre o tema. Empresas que queiram manter a competitividade e rentabilidade ao longo prazo devem corresponder às expectativas dos seus públicos, primando pelo comportamento consciente e responsável.

Indústria sustentável

O mundo está se movendo para um novo padrão de produção e consumo e o setor industrial está atento a isso. Transformar os desafios da sustentabilidade em oportunidades de negócios pode resultar em maior eficiência e redução de riscos e custos. E a indústria nacional está atenta a esse movimento com avanços na mudança de seus processos e maior consciência ambiental e social.

No Brasil, a indústria está se consolidando como referência na economia verde, com uso eficiente dos recursos naturais e tem se destacado na busca por oportunidades associadas à economia de baixo carbono, à economia circular e à bioeconomia. A consciência de que a imagem corporativa está ligada à postura das empresas em questões ambientais e sociais aumenta a importância de priorizar ações e políticas sustentáveis.

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