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Em pesquisa referente ao ecossistema brasileiro de inovação, o Nordeste aparece concentrando 13% das startups do país. (Foto: Freepik)

Inovação: Nordeste desponta como polo ascendente no mercado

Por: Eduardo Andrade | Em:
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O investimento de empresas no setor de inovação tem crescido no Brasil, ainda que o desenvolvimento ocorra de forma gradativa. Diferentes regiões do país estão adotando novas tecnologias e implementando projetos para aumentar a produtividade de suas organizações, visando mantê-las competitivas nos mercados nacional e internacional.


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Nesse contexto, a região Nordeste desponta como um dos principais polos do mercado de inovação, tecnologia e startups. De acordo com o Índice de Inovação dos Estados, ainda em 2021, Pernambuco e Ceará foram os estados mais inovadores da região, ocupando a 10ª e 11ª posições no ranking nacional. 

Em 2022, o Sebrae em parceria com Moisés Santos, diretor de inovação da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-CE) e que também atua como consultor de inovação, realizaram um mapeamento das startups do Ceará. O estudo identificou que no Brasil existem mais de 13 mil startups e que o número mais do que triplicou desde 2015. Deste total, 440 estão localizadas na região cearense.

Dentre as startups cearense registradas no estudo, 270 delas possuem CNPJ, com um total de 5.094 colaboradores ligados diretamente às empresas, além de 30 mil empregos indiretos. 

Na perspectiva de Moisés Santos, o desenvolvimento recente em todo o Nordeste se dá a partir do crescimento de grandes empresas com modelos de negócio que usam a tecnologia e a internet para alcançar cada vez mais pessoas, como Amazon, Mercado Livre, Shein e Aliexpress. A expansão dessas companhias, aliada às mudanças sociais impostas pelo período de pandemia, modificaram o cenário de competitividade varejista, fazendo com que o mercado local precisasse acelerar o próprio desenvolvimento, criando processos digitais de conexão com clientes.

“Muitas empresas criaram plataformas para acessar o cliente, criando interfaces web, como sites e aplicativos. Também precisaram se relacionar com o cliente por canais de comunicação mais efetivos. Então, existem empresas adotando o chatbot e as conexões digitais de forma cada vez mais acelerada.”

Moisés Santos, consultor de inovação

Em consonância com esse movimento, soluções especificamente empresariais surgiram a partir dos meios digitais, como o WhatsApp Business, que permite um série de possibilidades de vendas para as empresas. “Essas ferramentas deram para um feirante de varejo ou confecção, por exemplo, a possibilidade de divulgação, venda e relacionamento que antes não tinha”, aponta o consultor.

Diogo Catão, CEO da Dome Ventures, uma venture builder GovTech, que atua junto ao setor público selecionando e desenvolvendo inovações aplicadas e startups, destaca que os investimentos em parque tecnológicos, centros de pesquisas e de inovações integram fatores que também impulsionam a inovação na região. Além disso, a formação de novos talentos, principalmente na área de tecnologia, ajudam a capacitar cada vez mais os profissionais locais, o que estimula a criação de negócios inovadores.

“Um fator que ajudou foi a criação das políticas públicas de incentivo à inovação, com isenções fiscais e financiamento de projetos. E, claro, outro ponto é que há muita cooperação e parceria entre empresas, instituições privadas com universidades, centros de fomento e de inovação.”

Diogo Catão, CEO da Dome Venture

Nesse novo contexto, tornou-se comum empresas usarem a tecnologia como catalisadora de processos de marketing e vendas. Moisés Santos destaca que, atualmente, a criação de canais de interação com os clientes e a atuação nas redes sociais tornaram-se pressupostos de companhias organizadas. “A instrumentalização e a disponibilidade dessas ferramentas digitais permitiu que as empresas avançassem muito na questão da inovação e da transformação digital”, ressalta.

O mercado de startups

O estudo Startups Report Brasil 2022-2023, realizado pelo Observatório da plataforma Sebrae Startups, aponta que o ecossistema de inovação e startups no Nordeste está em pleno desenvolvimento. O relatório revela que a liderança em número de startups está no Sudeste, com 3.509 empresas, seguido pela região Sul, com 2.209. No entanto, o Nordeste também apresenta um número significativo, contabilizando 1.250 startups. Enquanto que na região Norte o número é de 424, e no Centro-Oeste são 385 startups. Os dados se referem a startups contempladas pela instituição.

Em paralelo, outra pesquisa referente ao ecossistema brasileiro de inovação, realizada pela Associação Brasileira de Startups (Abstartups), em 2022, o Nordeste aparece concentrando 13% das startups do país, ficando atrás apenas das regiões Sul e Sudeste, que representam, juntas, mais de 75% do número total.

O Ceará se destaca nesse âmbito ao registrar mais de 30 startups que receberam investimentos de grupos nacionais e internacionais, além de possuir uma unicórnio (empresas que abrem o capital quando passam a valer mais de US$ 1 bilhão).

O mapeamento realizado em 2022 pelo Sebrae mostra que a startups cearenses estão, em sua maioria (57), na área de saúde e bem-estar, seguida por educação (46), varejo (44), finanças (32), marketing (30), além de serviços B2B (empresas que vendem produtos e serviços para outras empresas), agricultura e alimentação.

Atuação do Nordeste em inovação

O mercado de inovação no Nordeste passa principalmente pela atuação no setor de Tecnologia da Informação (T.I.). De acordo com Catão, isso se deve a alta concentração de parques tecnológicos e centro de inovação na região, o que acaba por fomentar esse setor. “Há diversas faculdades e um surgimento forte de empresas de desenvolvimento de softwares e aplicativos móveis. Cada vez mais encontramos, aqui na região do Nordeste, soluções tecnológicas”, afirma.

Além de T.I, o campo de energias renováveis se destaca, com atuação na área de energia solar e eólica, mas também na saúde, biotecnologia e na produção agrícola, que desponta cada vez mais tecnológica com irrigação inteligente e gestão, impulsionando a economia regional

Responsável por realizar uma pesquisa sobre o cenário de incentivo a negócios inovadores no Ceará, desde 2016, Moisés relata que no último levantamento parcial, realizado no início deste ano, o estado registrava 500 agentes, entre governo, prefeituras e instituições privadas, atuantes no desenvolvimento e apoio de empresas inovadoras

No estado, o mercado de inovação abrange diversas áreas de atuação, como setor financeiro; participação de investidores-anjo; fomento para as pesquisas de inovação e negócios; financiamentos como o FNE Inovação e FNE Startups, do Banco do Nordeste; além de ambientes especializados trabalhando em inovação, como design, propaganda e marketing, Hubs no Cumbuco e em Maracanaú, entre outros.

Projeções para o Nordeste

Diogo Catão estima que as vocações regionais vão favorecer o crescimento da economia digital, a T.I., as energias renováveis e a educação, possibilitando a expansão desses mercados. Além disso, a região Nordeste possui grande força no agronegócio, integrando-a como parte essencial da economia nacional.

Em contrapartida, na perspectiva do diretor de inovação da ABRH-CE, ainda existem algumas barreiras referentes ao desenvolvimento de novos negócios. Santos alerta que ainda falta um cenário favorável ao nascimento dessas instituições. “Você tem iniciativas acontecendo, mas não existe uma estratégia por trás disso”, o que corrobora com uma ausência que poderia ter em relação à posse de tecnologias.

“Nossas empresas não serão competitivas e a gente não terá um cenário mais competitivo se a gente não usar mais inovação em tecnologia.”

Moisés Santos, consultor de inovação

Ainda assim, o Nordeste é vanguardista no que diz respeito a energias renováveis. O setor possibilita um crescimento paralelo em tecnologia e inovação, além de criar diversas oportunidades, aquecendo os mercados regionais.

Ceará: mais desenvolvimento à vista

Os hubs de inovação já são disseminados no Estado, desde a capital até a região metropolitana e passando pelo Cariri, Sobral e Juazeiro do Norte. Moisés alerta sobre o crescimento dessas cidades. Segundo o especialista cearense, existem três tópicos importantes quando se trata de inovação que a região possui: empreendedores, pessoas que sejam capazes de criar soluções inovadoras e tecnológicas.

Além disso, ele destaca o papel essencial de um ambiente de apoio, que reside principalmente nas universidades, pela complexidade e necessidade de pesquisas. “Só o IFCE (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará) como instituto, por exemplo, tem 34 centros no Ceará”. 

Ademais, existem empresas realizando processos de “inovação aberta”, quando a instituição investe em um time para fazer a conexão com soluções de mercado, usando desafios empresariais, subversão através de lei de incentivo, lei de informática, lei do bem e lei das startups.

“Quando você junta tudo isso, você vê a efetividade de algumas coisas acontecendo.”

Moisés Santos, consultor de inovação

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