O recente conflito entre Israel e o grupo Hamas, que teve início no último sábado (06), após um ataque sem precedentes do grupo islâmico, levanta preocupações sobre seu potencial impacto na inflação do Brasil, que poderia influenciar a decisão do Banco Central de reduzir a taxa de juros Selic.
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A evolução do mercado de petróleo nos próximos dias vai determinar a dinâmica nesse cenário. Na última segunda-feira (09), a commodity teve um forte aumento, chegando a US$ 88, um aumento de cerca de 4% após a abertura do mercado.
Economistas acreditam que esse aumento nos preços do petróleo pode persistir. O economista e consultor André Perfeito observou: “Me parece que o barril de petróleo irá seguir em alta na esteira da reação israelense enquanto se tenta observar a reação dos outros países da região”.
A persistência de preços elevados do petróleo pode forçar a Petrobras a aumentar ainda mais os preços dos combustíveis no Brasil, contribuindo para a inflação. A duração desse aumento de preços será determinante.
Além disso, o envolvimento de outros países no conflito, como o Irã, pode desencadear aumentos ainda maiores nos preços do petróleo. O Hamas afirmou que a República Islâmica teria ajudado no ataque, e o Irã é um parceiro de longa data do Hamas.
Um possível agravamento das tensões entre o Irã e Israel poderia criar diversas incertezas, incluindo aquelas relacionadas ao mercado de petróleo. Além disso, o Irã controla o Estreito de Ormuz, uma via vital para o transporte de petróleo do Golfo para o mundo. Se esse estreito fosse fechado, poderia reduzir em até um quinto o suprimento global de petróleo, conforme destacado pela economista-chefe de commodities da Capital Economics, Caroline Bain, em uma entrevista à BBC.
O diretor nomeado pelo presidente Lula para o Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou hoje que, embora o cenário global se apresente ainda mais desafiador, a decisão de aumentar as taxas Selic deve permanecer inalterada.
Ele argumenta que, ao mesmo tempo, o ambiente interno no Brasil é favorável, destacando o crescimento econômico do país e uma tendência de inflação que ele descreve como mais moderada nos últimos meses.
De acordo com Galípolo, o Banco Central continuará a monitorar cuidadosamente esses desenvolvimentos, tanto no cenário doméstico quanto no internacional, a fim de obter uma compreensão clara da dinâmica econômica em curso.
*Com informações MoneyTimes.
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