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“Quanto mais forte o agro, mais ajuda a indústria, e quanto mais desenvolvida for a indústria, mais tecnologia para o agro”. (Foto: Divulgação/ABAG)

Sem desmatamento, agro brasileiro vai recuperar áreas degradadas e manter a liderança mundial

Por: Gladis Berlato | Em:
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“O Brasil é o único País do mundo capaz de garantir o abastecimento global de alimentos, apenas recuperando áreas devastadas, sem avançar sobre a floresta”. A afirmação foi feita em São Paulo, nesta segunda-feira (7), pelo ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, no 22º Congresso Brasileiro do Agronegócio, promovido pela Associação Brasileira do Agronegócio (ABAG) e pela Bolsa de Valores brasileira, a B3. O desafio não chega a ser uma novidade, afinal, em 50 anos houve um aumento de 140% na área plantada (de 27 milhões de hectares para 65 milhões) com crescimento de produtividade de 580%.


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O presidente da ABAG, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, não tem dúvidas de que a meta será vencida. “Das tantas décadas perdidas pela economia brasileira, o agronegócio não perdeu nenhuma”, disse.

Para Carvalho, entretanto, serão necessárias algumas ações, entre as quais a de realizar maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento e em infraestrutura logística e de conectividade. Este é o caminho para que a digitalização chegue efetivamente ao campo, notadamente aos pequenos e médios produtores e às cooperativas, de forma a interiorizar os avanços.

Agro forte

O vice-presidente da RepúblicaGeraldo Alckmin, ressaltou a importância da parceria entre indústria e agricultura. “Quanto mais forte o agro, mais ajuda a indústria, e quanto mais desenvolvida for a indústria, mais tecnologia para o agro”, disse. Ele mencionou que está otimista com o acordo entre o Mercosul e a União Europeia, e afirmou que o BNDES vai disponibilizar R$ 5 bilhões com juros de TR para pesquisa, inovação e digitalização, e que o Brasil está liderando o combate às mudanças climáticas.

Sobre investimentos, o CEO da B3, Gilson Finkelsztain, informou que é crescente a captação de recursos via mercado acionário. Atualmente 31 empresas agroindustriais já operam com negociações em bolsa, o que contribui tanto para o avanço da inovação como da governança.  

Com isso, amplia-se a condição do agronegócio de garantir ainda maior presença no mercado internacional.

O presidente da Agência de Promoção de Exportações, a APEX Brasil, Jorge Viana, lembrou que embora 20 novos mercados tenham sido abertos somente neste ano de 2023, o Brasil e o mundo enfrentam um conjunto de inseguranças, entre elas a climática, a alimentar e a energética e que somente o Brasil reúne condições de vencer todas. “O agro brasileiro é solução e não problema”, ilustra, referindo-se ao que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, chamou de “protecionismo disfarçado da União Europeia” com a imposição de sanções e barreiras para o agronegócio, especialmente advindos de áreas desmatadas. Para ele, o Brasil é cada vez mais verde e com condições de também ser líder na transição energética.

Economia verde

A senadora Tereza Cristina, que como ex-ministra da Agricultura acompanhou a evolução no campo, entende que o Brasil é protagonista em economia verde, o que exige avanços nos programas de rastreabilidade e conectividade. “É preciso que estejamos unidos para garantir a aprovação dos projetos envolvendo regulamentações em tramitação no Congresso Nacional. Assim, será propiciada segurança jurídica e visibilidade ao País no mercado internacional onde o Brasil já está à frente”, ressalta.

Entusiasta com o desenvolvimento das cadeias produtivas brasileiras, a presidente da Embrapa, Sílvia Massruhá, alertou que a inovação transcende a área tecnológica que transformou o Brasil de importador para exportador de alimento. A seu ver, inovação também tem que alcançar o produto, o processo e os setores administrativo e social que envolvem os 5 milhões de produtores rurais.

Governança em busca de transparência e visibilidade no agro

Governança foi o tema de encerramento do 22º Congresso da ABAG, pelo olhar de gigantes multinacionais. Para a vice-presidente de Relações Institucionais e Sustentabilidade da Syngenta, Grazielle Parenti, governança existe para promover o equilíbrio entre o falar e o fazer. Junto com a meta de ampliar a produção agrícola em 50% até 2050, a seu ver, é preciso ter transparência através da governança e evitar o “divórcio” entre a cidade e o campo.

O presidente do Conselho de Administração da Jacto, Ricardo Mishimura, vai além e entende que o papel da governança é trazer paz às acirradas discussões globais envolvendo desmatamento, por exemplo, e, levando a verdadeira imagem do Brasil para fora como produtor responsável de alimentos. “Inovação, produtividade, sustentabilidade e rentabilidade são variáveis que precisam caminhar juntas”, afirma.

Igualmente, o presidente da Cargill, Paulo Sousa, entende que abençoado pelo clima, o Brasil registra safras recordes e, simultaneamente, uma logística de transporte e de armazenamento que deixa a desejar. Para ele, o Brasil precisa se comunicar melhor e atesta que boa parte do tempo da Companhia é usado para traduzir a desconhecida realidade brasileira mundo afora.

Da mesma forma que as grandes empresas, nomes importantes que acompanham o agro refletiram sobre o olhar distorcido do mundo sobre o Brasil. O embaixador Roberto Azevedo, o presidente executivo da Indústria Brasileira de Árvores (IBÁ), Paulo Hartung, e o ex-ministro da Agricultura, Francisco Turra, concordam que cabe aos brasileiros mostrar o País e transformar as ameaças em oportunidades com atitudes e ações capazes de convencer o mundo sobre seu enorme potencial.

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