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A chegada do El Niño indica novos danos à uma economia global já frágil, principalmente nas economias emergentes. (Foto: NASA/Reprodução)

Impactos do El Niño na economia mundial vão ser profundos

Por: Redação | Em:
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O mundo ainda não se recuperou totalmente dos impactos negativos da Covid-19 e no ano passado passou a enfrentar as consequências da guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Agora vem um novo desafio: o El Niño. A chegada do primeiro El Niño em quase quatro anos indica novos danos à uma economia global já frágil. A mudança da fase mais fria do La Niña para uma fase de aquecimento pode gerar o caos, principalmente nas economias emergentes que crescem rapidamente.


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As redes elétricas sofrem tensões e os apagões se tornam mais frequentes. O calor extremo cria emergências de saúde pública, enquanto a seca aumenta os riscos de incêndio. As colheitas estragam, as estradas são inundadas e as casas são destruídas.

Os fenômenos El Niño anteriores resultaram em um impacto marcante na inflação global, acrescentando 3,9 pontos percentuais aos preços das commodities não energéticas e 3,5 pontos percentuais ao petróleo. Eles também afetaram o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), principalmente no Brasil, na Austrália, na Índia e em outros países vulneráveis.

Combinado com condições meteorológicas mais extremas e temperaturas mais altas devido à mudança climática acelerada, o cenário agora está pronto para o ciclo do El Niño mais oneroso do mundo desde que os meteorologistas começaram a acompanhar o fenômeno. Isso também aumenta o temido risco de estagflação, em que a inflação permanece alta mesmo com a contração da economia.

O Reserve Bank of India disse que está observando cuidadosamente o fenômeno climático; o Peru anunciou em março que planeja gastar mais de US$ 1 bilhão para combater os efeitos climáticos e meteorológicos este ano. “Com o mundo lutando contra a inflação alta e o risco de recessão, o El Niño chega exatamente no momento errado”, disse Bhargavi Sakthivel, economista da Bloomberg Economics. Enquanto as intervenções políticas tendem a manipular a demanda, o El Niño normalmente afeta a oferta. “Os bancos centrais têm poder mais limitado”.

Impactos do El Niño sobre o clima global

A mudança do fenômeno La Niña terá impactos profundos em todo o mundo: na Índia, por exemplo, a redução das monções pode afetar as colheitas de arroz, algodão, milho e soja. Os Estados Unidos voltarão a ver tempestades de inverno mortais, embora haja uma queda geral no número de furacões. Partes do oeste e do sul da África poderão ser atingidas pela seca, afetando a produção de cacau e milho. A Austrália pode sofrer com secas severas e incêndios florestais, o que prejudicaria a produção de trigo e outras culturas.

No Brasil e na Colômbia, a vilã será a seca, que pode afetar a produção de café, mas o contrário acontece no Peru: enchentes generalizadas e redução na pesca de anchovas. No Chile, o El Niño pode provocar fortes chuvas, o que, por sua vez, pode restringir o acesso às minas que fornecem quase 30% do cobre do mundo. A redução da produção e o atraso nas remessas afetarão o preço do metal usado em produtos como chips de computador, carros e eletrodomésticos.

Na China, as temperaturas já estão matando o gado e sobrecarregando as redes de energia. A seca no verão de 2022 levou as autoridades do Partido Comunista a desligar a energia de muitas fábricas por quase duas semanas, interrompendo o fornecimento para gigantes da manufatura, como a AppleTesla. As autoridades preveem mais falta de energia neste ano.

Até mesmo o preço de uma xícara de café pode subir se o Brasil, o Vietnã e outros grandes fornecedores forem atingidos. “Quando ocorre um El Niño além da tendência de aquecimento de longo prazo, é como um choque duplo”, disse Katharine Hayhoe, cientista-chefe da The Nature Conservancy.

Os efeitos duram anos. Economistas do Dallas Federal Reserve alertaram em 2019 que os danos causados pelos ciclos do El Niño “provavelmente terão um impacto negativo contínuo sobre o crescimento da produção” e podem até “possivelmente alterar permanentemente as trajetórias de renda”.

Os pesquisadores do clima também descobriram efeitos econômicos combinados. Os cientistas de Dartmouth estimaram que o El Niño de 1997-1998 levou à perda de US$ 5,7 trilhões em Produto Interno Bruto nos cinco anos seguintes. Seu modelo estima que, até o final deste século, os fenômenos El Niño terão bloqueado cerca de US$ 84 trilhões em PIB.

*Com informações da Bloomberg.

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