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A inserção da cultura no mundo globalizado

A Cultura tem uma ligação direta com os valores ancestrais que construíram nossa sociedade como ela é hoje. A valorização e preservação das expressões mais originais de cada região ajudam a entender a história e os rumos que vamos assumindo nestas veredas sociais, e além disso, funciona como um importante contributo de renda para estes expoentes em suas diversas artes.


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A globalização ampliou a facilidade de se comunicar e de transmitir os valores culturais. No entanto, as regiões com mais poderio econômico conseguem transmitir seus laços culturais em maior número. E esses diferentes costumes e culturas podem interagir, sem que ocorra uma integração territorial.

“O mundo cultural sempre foi globalizado, desde a pré-história humana. Oralidade e simbologias sempre existiram nos territórios de forma geral e local, numa simbiose imaginária do homem à paisagem geográfica e o bioma sonoro. O que evoluiu foi a velocidade de transmissão, minimizando a linguagem e influenciando a distância”, explicou Alemberg Quindins, gerente de cultura do Sesc Ceará.

A cultura expressa a identidade daquele lugar, que pode ser vista na alimentação, na música, na vestimenta, no idioma, dentre muitos outros. E a influência global está em cada um desses setores, ocasionando algumas mudanças em nossos costumes.

“A economia globaliza e a cultura regionaliza. Isso é fantástico do ponto de vista da garantia das características históricas, ancestrais e culturais de uma região. E ao mesmo tempo, a cultura permite uma conexão com o mundo, exportando seus produtos e divulgando seu tesouro sociocultural“, completou Henrique Javi, diretor regional do Sesc Ceará.

Principalmente agora com a Geração Z é nítido como a cultura e a tecnologia estão presentes em nosso meio. Juntas influenciam na mobilidade urbana – com a inovação em meios de transportes -, nas relações interpessoais – com a alta dos smartphones -, na arte – através da criação de plataformas de mídias com acervo artístico, diminuindo a relação da população com museus e galerias de arte -, no consumo – com a possibilidade de comprar qualquer objeto virtualmente -, na educação – com a criação de aulas virtuais -, e muito mais.

“Sim, cultura, tecnologia e inovação estão caminhando juntos, embora a tecnologia só é útil conforme a eficácia da necessidade do seu uso. A idade da pedra lascada e a pedra polida é uma só. E cada uma tem a sua beleza própria e se põe arte pelo olhar de quem a esculpe”, salientou Quindins.

Javi, por sua vez, explicou como a valorização da cultura tem influenciado no mundo dos negócios. “Um importante exemplo é o da cadeia do turismo. A riqueza cultural de uma região tem funcionado como importante elemento integrador e fomentador de rotas em turismos como o de negócios, o de experiências, o étnico, o social. Ao investirmos na cultura, como no caso dos museus orgânicos, estamos diretamente influenciando uma cadeia produtiva de alto valor agregado.”

Ainda na visão de ambos, a padronização cultural não é uma verdade absoluta, pois o original e o autêntico sempre serão as matrizes de interação e da diferenciação universal humana.

Fecomércio e cultura

Com o objetivo de promover a disseminação e valorização de diferentes setores culturais no Estado do Ceará, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-CE) tem como um de seus pilares o programa Cultura. O Sesc, por exemplo, desenvolveu 4.016 ações culturais como artes cênicas, música, literatura, artes visuais, dentre outras, tendo impactado diretamente 1,9 milhão de pessoas em 2021.

Neste ano, está sendo realizada a expansão do projeto Museus Orgânicos, com a inauguração de novos museus no Cariri, Ibiapaba, Sertão Central e Região Norte, além da inauguração da Biblioteca Virtual e a implantação do projeto de meio ambiente e sustentabilidade.

“O programa Cultura é um dos pilares do Sistema Fecomércio. A valorização da arte local em suas mais diversas expressões, a cadeia de museus orgânicos – que está sendo roteirizada por todo o Ceará – e a ênfase na formação de protagonistas culturais por meio da Rede de Desenvolvimento Artístico Cultural são alguns exemplos dessas ações que fomentam o segmento como um todo, sempre mantendo um alinhamento e parceria com as Secretarias municipais e estadual de Cultura”, finalizou Javi.

A Fecomércio, que administra o Sesc (Serviço Social do Comércio), o Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) e o IPDC (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento do Comércio), é uma entidade sindical patronal que congrega 36 sindicatos do setor do comércio e representam mais de 150 mil empresas atacadistas e varejistas.

Os segmentos representados pela Fecomércio correspondem a 56,7% da economia de Fortaleza, assim como é o setor que mais emprega, com mais de 567 mil trabalhadores com carteira assinada, representando 55,7% dos empregos formais.

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