Logotipo Oficial Trends

CONECTANDO NEGÓCIOS A INVESTIMENTOS

Search
Close this search box.

Dentro e fora do Brasil, a soja é protagonista da produção agrícola verde-amarela não apenas pelo volume de produção, mas pelas divisas crescentes que gera para o País, liderando a pauta exportadora há mais de 20 anos. (Foto: Freepik)

Praticamente colhida, safra de soja poderá ser a mais cara de todos os tempos

Por: Gladis Berlato | Em:
Tags:

Dentro e fora do Brasil, a soja é protagonista da produção agrícola verde-amarela não apenas pelo volume de produção, mas pelas divisas crescentes que gera para o País, liderando a pauta exportadora há mais de 20 anos. Na atual safra não será diferente, apesar da pandemia, das estiagens e/ou enchentes e, ainda, pela guerra entre Rússia e Ucrânia, além da preocupante dependência da importação de fertilizantes.

O tempo seco nas regiões produtoras de soja, notadamente Mato Grosso do Sul e Goiás, impulsionou a colheita da safra desta oleaginosa, que vence obstáculos, devendo alcançar 127 milhões de toneladas na safra 21/22, com 76% já colhida, sendo que o percentual passa de 90% considerando as principais regiões produtoras (Mato Grosso e Goiás). Mas a que custos diante de guerras, sanções, logística e crise energética e de insumos?


Quer receber os conteúdos da TrendsCE no seu smartphone?
Acesse o nosso Whatsapp e dê um oi para a gente.


O coordenador de Produção Agrícola da Confederação Nacional da Agricultura (CNA), Maciel Silva, acredita que o Brasil está vivenciando uma das safras mais caras de todos os tempos por conta de condições adversas acumuladas. A safra, que começou com boas condições de tempo, teve seu desempenho afetado pelo déficit hídrico, gerando uma perda de 23 milhões de toneladas sobre o volume potencial e reduzindo as 142 milhões de toneladas inicialmente previstas para 127 milhões (8% inferior à safra anterior), gerando prejuízo de R$ 80 bilhões aos produtores.

Tempestade perfeita

As adversidades, entretanto, não parecem diminuir o ânimo de quem está no centro deste universo, os produtores rurais. “Estamos acostumados a levar em frente esta indústria a céu aberto que representa o agronegócio brasileiro”, afirma Maciel Silva. Ainda que a atual conjuntura, segundo ele, se configure como o que chamou de “tempestade perfeita”, referindo-se a antigos e novos problemas.

O setor já vinha enfrentando as sanções europeias, a crise energética e de logística com a falta de contêineres. Mais recentemente, veio a guerra entre Rússia e Ucrânia e seus reflexos, como a escassez e a valorização dos fertilizantes. Mas uma coisa o coordenador da CNA faz questão de esclarecer: risco zero de desabastecimento de soja que atenderá plenamente o mercado interno e embarcará para fora 77,7 milhões de toneladas, mesmo que abaixo das 87 milhões de toneladas originalmente projetadas.

A Federação da Agricultura e Pecuária do Ceará (FAEC),motivada pelos preços atrativos, vem incentivando os produtores a ampliarem o plantio na região do Cariri e nos perímetros irrigados. A iniciativa também se deve à elevada necessidade de importação que passa dos 90% do grão adquiridos de outros Estados, caso do Matopiba, especialmente do Piauí. O presidente Amilcar Silveira diz que a Embrapa está pesquisando as melhores práticas para o avanço na produção local e que no final do ano serão realizados experimentos envolvendo soja e milho dentro do Programa Ceará Grãos.

Embora otimista com o sucesso do agronegócio brasileiro com boas chuvas e açudes recarregados, Silveira teme a queda de produtividade do grão e demonstra grande preocupação com a importação de fertilizantes. Ele lembra que já no ano passado faltou o insumo no Ceará, na contramão, portanto, da garantia de abastecimento até outubro dada pelo Ministério da Agricultura.

Produtividade adubada

Quem costuma sempre mostrar em suas palestras a importância dos fertilizantes na produtividade agrícola é Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio. Ele lembra que na atual safra 21/22, o País plantou 72,3 milhões de grãos em apenas 48,6 milhões de hectares, quase 24 milhões de hectares dos quais foram utilizados mais de uma vez no mesmo ano-safra (feijão, milho, algodão), graças ao adequado uso de fertilizantes. A agricultura brasileira consome 44 milhões de toneladas de fertilizantes para atender a demanda de 80 milhões de hectares plantados entre todas as culturas.

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo IBGE, estima para 2022 uma safra nacional de grãos de 261,6 milhões de toneladas. A soja, isoladamente, responde por metade devendo alcançar 123 milhões de toneladas, também menor em relação às 135,409 milhões de toneladas na safra anterior, conforme dados da Embrapa Soja.

A tradução dos conteúdos é realizada automaticamente pelo Gtranslate.
Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site.

Top 5: Mais lidas