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Entrevistas e testes online e dinâmicas de grupo a distância tornaram-se comuns com a necessidade de isolamento social.
(Foto: Freepik)

Saiba quais são as tendências para o trabalho no Brasil pós-pandemia

Por: Raul Galhardi | Em:
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Não é novidade que a pandemia de Covid-19 alterou significativamente a dinâmica econômica da sociedade, fazendo com que várias empresas tivessem que se reinventar em um curto espaço de tempo. Nesse cenário de transformações, entretanto, algumas mudanças serão passageiras, frutos da atual conjuntura específica, enquanto outras irão perdurar.


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É o caso do trabalho remoto e híbrido, que une atividades presenciais e a distância, e de processos seletivos remotos feitos com o auxílio de tecnologia. Entrevistas e testes online e dinâmicas de grupo a distância tornaram-se  comuns com a necessidade de isolamento social. 

“Já vejo em várias empresas certa mobilização por parte das pessoas para o remoto permanecer, seja pelos perfis comportamentais ou pelas atividades que  desenvolvem. O trabalho híbrido será uma realidade adotada e é um tema sensível dependendo do setor da empresa, mas é fato que isso não voltará ao que era de maneira alguma”, afirma Arthur Igreja, professor convidado da FGV especialista em tecnologia, inovação e tendências e TEDx speaker. 

“O uso da tecnologia é uma tendência e beneficia muito as organizações, principalmente por expandir o limite geográfico e alcançar profissionais de todos os lugares do mundo, fortalecendo a aproximação com a mão de obra qualificada e diminuindo o tempo para encerrar um processo seletivo”, analisa Roberto Vilela, consultor empresarial e mentor de negócios. 

Além das contratações a distância, a tendência é que cada vez mais líderes e gestores aproveitem as habilidades que já possuem em seus quadros de funcionários para novos projetos e tarefas internas. Segundo pesquisa da McKinsey & Company, empresas que conseguem mobilizar rapidamente seus  talentos para aproveitar novas oportunidades têm uma chance maior de superar seus concorrentes e são seis vezes mais propensas a terem maiores retornos. No entanto, apenas 39% das empresas são rápidas o suficiente para atingir esse patamar. 

“Os líderes de negócios têm percebido que a oportunidade vem de dentro. O custo de contratações externas é, em média, de US$ 4.400 por vaga, comparado a US$ 2.603 quando a contratação é feita internamente por meio da recapacitação de funcionários. Portanto, há benefícios claros de custo e velocidade ao usar a tecnologia para mobilizar pessoas para novas tarefas. Isso sem considerar os benefícios de reter funcionários, responder às mudanças e garantir que as pessoas estejam sendo continuamente desafiadas e engajadas pelos seus trabalhos”, diz Débora Mioranzza, vice-presidente para a América Latina e Caribe da Degreed, empresa internacional de treinamento profissional.

Aprendizado contínuo

Não é possível falar de carreira e emprego sem falar de habilidades e aprendizagem. Uma característica cada vez mais essencial para os profissionais, principalmente em um contexto de incertezas e transformações constantes, é o aprendizado contínuo ou “lifelong learning” (“aprendizagem ao longo da vida”).

“É imprescindível que o profissional esteja sempre aprendendo e de forma rápida, porque o mercado está sempre se transformando e o que faz sentido hoje pode ser diferente amanhã”

Débora Mioranzza, vice-presidente para a América Latina e Caribe da Degreed

O relatório “Em 2021, as habilidades pedem ajuda” da Degreed mostra que mais de 70% dos trabalhadores, gerentes e líderes de empresas no Brasil acreditam que a pandemia acelerou a necessidade de adquirir novas qualificações.

De acordo com a executiva, o diploma universitário já não é a única resposta para o mercado de trabalho. “Muitas empresas têm ao seu dispor ótimos bancos de talento, mas, para desenvolvê-los, é necessário ter uma cultura de aprendizagem para que as pessoas estejam ainda mais bem preparadas para os desafios do mercado”.

Segundo ela, os treinamentos deverão seguir um formato híbrido de forma que o presencial complemente o digital. “Uma das grandes mudanças resultantes do trabalho remoto foi o aumento no tempo em que as pessoas passam aprendendo e isso é algo que com certeza deve permanecer após o retorno às condições ‘normais’ de trabalho. Por isso, também é importante que as lideranças levem esse fator em consideração no planejamento de retorno no pós-pandemia”.

Para que esse aprendizado seja feito da melhor forma possível, é necessário que o acesso as diferentes opções de treinamento seja democrático e ofereça flexibilidade para os que querem aprender. “Ter agilidade no processo de aprendizagem é fundamental porque quando um indivíduo tem flexibilidade para aprender da maneira que melhor funciona pra ele, estabelecendo suas próprias metas, ele se torna protagonista de sua própria carreira”, reflete Mioranzza. 

Cultura organizacional a distância

Uma das principais dificuldades encontradas pelas empresas neste cenário marcado pelo trabalho remoto é a manutenção da cultura organizacional com equipes que realizam suas tarefas a distância. Muitos funcionários, contratados ou não durante a pandemia, realizam seus trabalhos de forma totalmente online, com pouca convivência com seus colegas e superiores hierárquicos. 

“A cultura organizacional é um espelho da empresa e, para conseguir espelhar seus valores e preceitos, o líder e a própria diretoria precisam refletir tal cultura. Por isso, o engajamento precisa partir, primeiramente, destes profissionais, que são exemplos dentro da empresa”

Roberto Vilela, consultor empresarial e mentor de negócios

“É preciso focar muito na manutenção de cultura e do relacionamento, pois uma série de aspectos dela ocorrem de forma natural dentro dos encontros e diálogos no âmbito da convivência. Porém, a partir do momento em que não se tem mais essa convivência presencial, é preciso preocupar-se mais com esta questão. Até por isso a questão do trabalho híbrido é tão importante, já que ele serve para reforçar esses laços. Caso contrário, a empresa torna-se absolutamente transacional, com demandas e entregas, mas sem o profissional fazendo parte de um todo”, analisa Igreja.

Como soluções, estão a criação de momentos de relações entre as pessoas, “happy hours”, e o envio de “gifts (presentes) aos colaboradores, além do uso de microfones e câmera abertas durante o trabalho remoto para a comunicação com os gestores e outros membros das equipes.

Para Vilela, a ação é o divisor de águas nesse tema e é responsabilidade do gestor reforçar a cultura organizacional no dia a dia da sua empresa. Por isso, manter um canal aberto de comunicação, sem muitas formalidades, é muito importante. 

A Degreed, companhia que atua globalmente e que possui funcionários espalhados pelo mundo, já trabalhava de forma remota desde antes da pandemia com uma cultura organizacional adaptada ao trabalho a distância.

“Sempre fomos uma empresa totalmente remota porque acreditamos que o que importa é a capacidade do profissional entregar o serviço que precisamos e não a sua localização. Damos aos funcionários liberdade de ajustarem seus horários de trabalho à família, ao autocuidado e aos seus compromissos de aprendizagem, além de adaptar seus ambientes de trabalho para atender às suas necessidades, contribuindo também para a sua produtividade”, diz a vice-presidente da empresa.

Nesse sentido, a tecnologia é fundamental para manter as equipes unida quando todos estão trabalhando em casa e ferramentas como Slack, Zoom e WhatsApp são muito importantes para conectar as equipes. “O relacionamento entre colaborador e empregador não é construído somente através do presencial. O bom líder é aquele que escuta e é vulnerável junto à sua equipe e isso é possível mesmo estando remoto”, afirma Mioranzza. 

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