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No Brasil inteiro, as vendas tiveram um forte crescimento desde o início da pandemia. No Ceará, a demanda chegou a ser quatro vezes maior. Tendência é de manutenção da alta em 2021. (Foto: Freepik)

Mercado de bicicletas cresce aliando saúde e sustentabilidade

Por: Wania Caldas | Em:
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Mais que um transporte limpo para as cidades, a bicicleta passou a ser um hábito seguro e um importante aliado na prática de atividades físicas desde o início da pandemia da Covid-19. Recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ela evita a transmissão do vírus, o que tem levado milhares de pessoas a trocar ônibus e metrô, com alto risco de contaminação, pela bicicleta. A opção também tem atraído quem quer se exercitar ao ar livre e sem aglomeração.


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Dados da Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike) mostram que as vendas em 2020 foram 50% maiores que as de 2019. O pico foi registrado em julho, quando as vendas foram 118% superiores às do mesmo período do ano anterior. 

E a tendência de alta segue em 2021. A Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) mostra que a produção segue crescente no Brasil nos primeiros meses deste ano. Em março, as indústrias instaladas no Polo Industrial de Manaus produziram 6,9% a mais que no mesmo mês do ano passado. A entidade explica que o crescimento só não é mais robusto pela falta de insumos importados da China, mas diz que a previsão é que o fornecimento de peças seja normalizado no segundo semestre deste ano. 

No Ceará, a boa fase do setor também foi registrada e a demanda chegou a ser até quatro vezes maior que a média, de acordo com Randal Mesquita, professor da Faculdade CDL e consultor da área.

“No início da pandemia, com as academias fechadas, muita gente acabou trocando a atividade indoor por atividades ao ar livre, que é a recomendação da OMS. Realmente houve uma adesão de novos clientes que tiveram um primeiro contato com a bicicleta e isso aqueceu de forma intensa o varejo. Nas empresas que eu acompanho, todas tiveram uma demanda quatro a cinco vezes maior desde o início da pandemia”

Randal Mesquita, professor da Faculdade CDL e consultor

Isso impactou diretamente a oferta de empregos na área, que foram puxados principalmente pelo crescimento das vendas online, de acordo com ele. “No primeiro momento foi difícil para o lojista porque o comércio fechou, mas ele passou a investir no e-commerce, a contratar e a treinar a equipe. Há casos em que a empresa triplicou o número de vendedores e dobrou o número de mecânicos porque os serviços também estão bastante procurados”.

Em relação às dificuldades causadas pelo desabastecimento de peças importadas, Mesquita ressalta que o entrave virou oportunidade para quem tinha estoque e para pequenas fábricas. “A indústria que abastece o varejo não estava preparada, mas muitas empresas tinham estoque de outros anos e puderam atender a demanda de forma satisfatória. Além disso, foi um momento interessante para marcas menores, já que empresas que trabalhavam com três grandes marcas começaram a trabalhar com 10. Esse contexto fez com que o setor batesse recorde. Nem nos cenários mais otimistas havia projeção de um faturamento tão expressivo como o dos últimos 12 meses”, conclui. 

Venda online e novo público

Investir no comércio online foi a decisão de Ramon Timbó, da Timbó Bike Store, após os bons resultados registrados no ano passado. Ele, que tinha um estoque alto de bicicletas no início da pandemia, conseguiu fazer boas vendas e investiu no e-commerce, que há dois meses funciona de “maneira fluida”, como ele define. “Eu estava receoso porque tudo estava fechando, mas, sem saber, acabei me programando para esse boom. Nos meses de maior fluxo, tivemos um faturamento até cinco vezes maior”, conta.

Fundada pelo pai de Ramon há 26 anos, a empresa que já funcionou na garagem de casa, no bairro Antônio Bezerra, hoje atende consumidores do país inteiro. “Investimos na modernização, contratamos uma equipe e hoje temos um e-commerce vendendo para todo o país, o que era um sonho nosso. Além disso, vendemos para toda a cidade, para as classes A e B, que investem em produtos de maior valor, fizemos uma reforma na loja e atendemos uma demanda cada vez maior por serviços”, comemora.

Infraestrutura urbana de Fortaleza

Para o empresário, a infraestrutura de Fortaleza contribui de maneira relevante para esses bons resultados.

“Nós temos o privilégio de morar numa cidade com tantas ciclovias e ciclofaixas. Tenho clientes que estão desistindo do carro e trocando pela bicicleta por conta da alta do combustível, e isso só é possível porque temos essas vias”

Ramon Timbó, da Timbó Bike Store

Atualmente, Fortaleza tem 364,9 km de malha cicloviária, o que representa um aumento de 436% em relação ao que havia em 2013. De acordo com a Prefeitura, a meta é implantar mais 150 km de ciclovias e ciclofaixas, ultrapassando os 500 km até 2024.

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