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A abertura do processo licitatório do Ramal do Apodi, mais uma etapa da transposição do Rio São Francisco que passará pelo Ceará, foi anunciada no último dia 16 de outubro, em evento que contou com a presença de ministro, dezenas de parlamentares, empresários e líderes de entidades representativas do setor produtivo, entre outros, na sede […]

Ramal do Apodi: dirigentes do agronegócio e da indústria analisam importância da obra

A abertura do processo licitatório do Ramal do Apodi, mais uma etapa da transposição do Rio São Francisco que passará pelo Ceará, foi anunciada no último dia 16 de outubro, em evento que contou com a presença de ministro, dezenas de parlamentares, empresários e líderes de entidades representativas do setor produtivo, entre outros, na sede da Federação das Indústrias do Estado (Fiec). Uma obra de R$ 1,7 bilhão que contemplará três estados brasileiros integrantes do semiárido e deve beneficiar cerca de 750 mil pessoas.

Infraestrutura hídrica estimula ambiente de negócios no Ceará 

Ao todo, serão 48 cidades contempladas. Somente no Ceará, estão listadas nove: Aurora, Baixio, Cedro, Farias Brito, Granjeiro, Ipaumirim, Lavras da Mangabeira, Umari e Várzea Alegre, com seus aproximadamente 170 mil habitantes, que poderão contar com um abastecimento mais eficiente de água para consumo e irrigação a partir de 2026, data inicial prevista para conclusão das obras. 

“Essa obra vai beneficiar esses estados, com a água indo pelo (Ramal do) Apodi e depois descendo para Fortaleza por gravidade. É espetacular, além de ser um empreendimento de R$ 1,7 bilhão num momento em que a economia está parada. Só por isso já é uma coisa maravilhosa”, exclama o presidente da Fiec, Ricardo Cavalcante.


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O empreendimento na casa do bilhão, que traz consigo a promessa de “aumento da segurança hídrica da irrigação já desenvolvida e a expansão da agricultura irrigada” na região da Chapada do Apodi, conforme o Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR), imediatamente faz brilhar, em especial, os olhos dos empresários com negócios na região do Apodi, conforme situa Flávio Saboya, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec):

“Esse é um assunto da mais alta importância para o desenvolvimento do Estado. Estamos em boa parte no semiárido, com atividades desenvolvidas sempre na dependência das chuvas. A chegada dessas águas, com certeza, será algo de suma importância para o desenvolvimento principalmente da fruticultura da região do Apodi, especialmente o melão”, confirma o dirigente.

Outra atividade que será beneficiada, de acordo com Saboya, é a produção de silagem, cuja comercialização começa a ganhar força, especialmente em municípios como Quixeramobim e Quixadá, que produzem leite, mas dependem de silagem que está sendo produzida justamente no Apodi. “Com essa garantia da disponibilidade hídrica, com certeza, teremos naturalmente uma pecuária abastecida, com a produção leiteira sendo a principal atividade pecuária do Ceará”, prevê.

‘Bomba atômica’

Para Ricardo Cavalcante, além da fruticultura, que já possui forte valor agregado, o setor da construção civil tem muito a celebrar com a notícia

“Por si só, uma obra dessas já cria milhares de empregos. Outros muitos no entorno dela, para fornecedores, com cimento, aço etc. Para o nosso momento, uma pequena aceleração na economia já é espetacular. Isso mostra que teremos um 2021 com mais regularidade. Onde passa água vem riqueza e estamos apostando nisso, que podemos ser um estado diferenciado nessa área”, argumenta. 

O líder da Fiec prossegue, lembrando que o elemento vital é fator que em breve tem tudo para deixar de simbolizar nossa maior escassez, principalmente em um cenário de altos investimentos em inovação tecnológica. “No agronegócio, não ficamos a desejar em nada em relação a ninguém, temos empresários que em qualquer lugar do mundo dariam um show. E o que vai ser feito vai depender da demanda do mercado. Mas já temos o mais difícil: temos o cearense, temos a terra e agora vamos ter a água. Fechando esses três, com certeza (a demanda) aparece”, conclui.

Amilcar Silveira, presidente da Câmara Setorial do Agronegócio da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), segue a linha de raciocínio de Cavalcante.  “Temos um grande aliado, que é o sol, nossa bomba atômica. Veja o que aconteceu com o trigo, que conseguiu diminuir em mais de 50 dias do seu ciclo vegetativo por aqui em relação ao do Sul. Mas precisamos de muita água, para que nossas plantas se desenvolvam, nossas culturas cresçam e nossas exportações aumentem”, comenta. 

Se dizendo eufórico com o momento vivido pelo agronegócio, Silveira exalta os 700 mil hectares, número apresentado pelo ministro Rogério Marinho, por ocasião do evento da Fiec, como passíveis de serem irrigados a partir do novo ramal do Eixo Norte, que deverá ter mais de 115 km de extensão. “Só para se ter uma ideia, se conseguirmos irrigar 80 mil hectares, podemos obter o mesmo faturamento de uma nova siderúrgica dessas ou uma refinaria aqui no Ceará. Então, o poder é extraordinário, e o setor está em festa”, expõe o presidente da câmara setorial. 

Espera longa

O evento do último dia 16 também previa, no pacote de licitações, a construção do Ramal do Salgado, em referência ao rio homônimo que se situa próximo ao município de Icó (CE). O equipamento transportaria as águas do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco (Pisf), ainda que com menor vazão que o do Apodi (20m³/s contra 40m³/s), definitivamente para dentro dos limites do Estado. A etapa, no entanto, ficará para depois, o que causou certa insatisfação dos dirigentes ouvidos. 

O aviso de licitação para recebimento de propostas de execução da obra foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) no último dia 20, referindo-se somente ao Ramal do Apodi. “O Governo (Federal) já prometeu que iria fazê-lo num segundo momento, mas seria importante demais, pois aí que, de fato, o Ceará será melhor beneficiado”, opina Silveira.

Da barragem de Jati, inaugurada em junho deste ano, as águas do Pisf seguem, por intermédio do Cinturão das Águas do Ceará (CAC), para o Riacho Seco, desembocam no Rio Salgado e Rio Jaguaribe, na sequência, até rumar para o Açude Castanhão, hoje essencial para o abastecimento da Região Metropolitana de Fortaleza.

Flávio Saboya, por sua vez, ainda em julho último, havia sido um dos signatários de um ofício encaminhado ao próprio presidente da República, Jair Bolsonaro, pedindo a conclusão dos dois ramais. O documento que unia como remetentes presidentes de federações de indústria e de agricultura de Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba explicava por que as intervenções eram tão importantes para o desenvolvimento dos três estados.

Para a TrendsCE, o dirigente atualiza a situação acerca das conversações: “Tivemos um reunião, na semana passada, com o ministro (Rogério Marinho), em que novamente apresentamos uma proposta sobre as agroindústrias. Acontece que elas dependem essencialmente do Governo Federal, porque os recursos que estariam disponíveis nos seus financiamentos, as contrapartidas, não estão sendo cobertas pelo Governo, ficando carentes desse complemento para suas atividades. São essenciais para essas indústrias, como por exemplo, a que produz queijo coalho”, informa.   

Por outro lado, Ricardo Cavalcante exalta o que ele chama de “legado” da gestão federal, em termos de infraestrutura. “O ministro está fazendo algo muito importante, que é terminar as obras que estavam paradas. Isso é um grande legado. Acabar o que já estava lá. Se estavam lá é porque deviam ser projetos bons. Por que não pegá-los e acabá-los? A pior coisa do mundo é deixar uma coisa no caminho e começar outra. Então, isso é algo muito importante”, pondera.

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