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Rede de educação no Ceará: a joia da coroa

O Ceará vem há tempos fazendo o “seu dever de casa” com relação a criação de suas bases para estruturar o Estado para um crescimento consistente e duradoura. Tem investido em vários projetos estruturais: Cinturão digital; Cinturão das águas; Porto do Pecém; Aeroporto Pinto Martins, entre outros.

Contudo, existe uma revolução silenciosa que poucos percebem. A da EDUCAÇÃO, que está diretamente ligada à formação profissional e do ser humano, gerando um impacto direto na melhoria da produtividade, um dos principais fatores para um crescimento sustentável e não concentrador da riqueza de um estado.

Muito se fala do desempenho das escolas de ensino fundamental do Estado (mais de 80 escolas públicas cearenses estão entre as melhores 100 escolas públicas do Brasil), mas temos de ir além.

Com relação ao ensino médio, temos subido no ranking nacional de desempenho no ENEM, fruto da “onda” dos alunos oriundos da ensino fundamental. Além disso, temos mais de 100 escolas profissionalizantes espalhadas pelo Ceará, que tem possibilitado uma formação mais abrangente para os alunos que terminam o ensino médio.


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Temos também um excelente desempenho de nossos alunos nas diversas olimpíadas nacionais e internacionais, bem como no vestibular das principais instituições de ensino superior do país. Temos também o papel do SENAI e assemelhados na formação técnica, que é referência nacional.

Quanto às instituições de ensino superior (qqs3), houve um crescimento considerável no número de instituições públicas e privadas nos últimos tempos. Temos quatro IES públicas federais. A UFC, com mais de 100 cursos de graduação distribuídos em cinco campi e classificada entre as 10 melhores do Brasil. O IFCE com 34 campi distribuídos em todo o Estado com a oferta de muitos cursos de ensino superior (bacharelado e tecnólogo). A UFCA e a UNILAB, que são mais novas, mas cumprem um papel regional muito forte.

Temos ainda a UECE, que tem sete campi distribuídos em todo o Estado e está entre melhores IES estaduais do país. Não podemos esquecer do ensino privado. Temos a UNIFOR, com mais de 40 anos de existência e considerada entre as melhores IES privadas do Brasil. Além disso, tem os vários Centros Universitários oriundos de grupos educacionais com larga experiência em formação de pessoas.

Outro ponto importante é a pós-graduação stricto sensu, que é fortemente baseada nas IES públicas, com uma oferta de 144 cursos programas de pós-graduação, que ofertam 207 cursos de pós-graduação. Isto possibilita uma formação de qualidade de profissionais capazes de solucionar problemas para o poder público, a sociedade civil e as empresas.

Entre estes programas de pós-graduação, temos vários que são considerados de excelência pela CAPES (são 12, o melhor desempenho entre IES do Norte, Nordeste e Centro Oeste). Junto a estes programas, temos 3.053 doutores que atuam como permanente ou colaborador (84% atuam na capital cearense) e, que em 2018, formaram 608 doutores e 2.090 mestres (1549, no mestrado acadêmico, e 541, no mestrado profissional).

Junto a estes programas de pós-graduação, temos vários Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia, com reconhecimento internacional, e grupos de pesquisa consolidados que dão suporte a geração de conhecimento inovador para a sociedade. Isso se reflete, por exemplo, no desempenho de publicações em periódicos de referência nacional e internacional, bem com na geração de patentes (8440 patentes registradas no INPI, atualmente). Outro ponto de excelência é a quantidade de bolsistas de produtividade existente no Estado (390 bolsistas, entre PQ e DT). São pesquisadores reconhecidos nacionalmente pelos pares.

No entanto, nem tudo são flores! Apesar de todo este crescimento dos últimos anos ainda temos vários desafios. O investimento na melhoria de vários cursos, nos diferentes níveis, na busca da excelência. Além disso, é preciso discutir um plano estratégico para integrar melhor os diferentes níveis de formação existentes no Estado com o objetivo de potencializar todo este investimento em educação feito ao longo dos últimos anos.

Temos também de aumentar ainda mais a interação entre a academia e a iniciativa privada, o poder público e a sociedade civil para que aquela ajude estas a resolver seus problemas, com a geração de inovações e startups, contribuindo assim para a geração de riqueza para a sociedade. Não podemos esquecer de trabalhar para uma maior e melhor interiorização da pesquisa e inovação no Ceará.

Precisamos pensar também em reter nossos talentos e aumentar a participação de doutores na operação de empresas locais. Por fim, o mais importante é o investimento no professor, que é o principal agente de toda esta transformação.

Estamos no caminho certo!!! Temos de aproveitar todo este investimento feito, tanto pelo poder público quanto pela iniciativa privada, para transformamos o nosso estado ainda mais numa referência nacional. Vamos aproveitar o exemplo da Coreia do Sul, que não tem recursos naturais em abundância e investiu estrategicamente na educação como uma forma de transformação da sociedade, a partir de um projeto estratégico que envolva estes dois entes. Ser formos perseverantes poderemos ter outra realidade para todo o nosso estado. Educação é tudo. Ninguém rouba o conhecimento gerado. Avante!!!

* Engenheiro Civil, Doutor em Administração (UFRGS), Pós-Doutor pela University of Texas at Austin. Professor titular da UFC. É coordenador geral do projeto Ceará 2050

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